Aconteceu no sábado o primeiro Vasco x Flamengo da história do NBB. Sem torcida, uma tristeza absoluta, mas na quadra vimos uma vitória vascaína por 78-77 em um duelo que, se não foi brilhante em termos técnicos, foi emocionante pra caramba. O experiente Nezinho terminou com 22 pontos e foi o cestinha do time vencedor. Melhor que do o triunfo contra o maior rival, vale notar o crescimento do time cruzmaltino na temporada 2016/2017 do NBB, a primeira do clube, desde que o técnico Dedé estreou.
Contratado na virada do ano e quando o Vasco tinha a campanha de 4-5, Dedé chegou ao Vasco sob desconfiança depois de um incidente grave em Rio Claro. Sua missão era mostrar que estava mais, digamos, calmo e mudar absurdamente a postura defensiva do time e organizar melhor o ataque (quase sempre pouco espaçado e baseando suas finalizações em jogadas de um-contra-um, a de pior conversão no basquete atual). No final do primeiro mês de seu trabalho já dá pra dizer: ele está conseguindo isso tudo e muito mais. Sob seu comando os vascaínos têm 5-2, saltaram para 9-7 na competição, já estão entre os oito melhores da fase regular e olham bem pra cima vislumbrando até um lugar no G-4 que garante uma rodada de folga nos playoffs. A questão é: como o cruzmaltino evoluiu tanto em pouco tempo?
Em que pese a surpreendente derrota para o Minas em casa na última semana, desde que Dedé, técnico com ótima bagagem tática, chegou ao Vasco o time ainda não levou 90 pontos. É o estilo de trabalho dele desde sempre: defesa sufocante, rodízio forte de jogadores para aumentar a intensidade em quadra e um ataque menos acelerado (menos desperdícios de bola, menos chance de contra-ataque para o adversário). Outro ponto importante é que os vascaínos têm marcado muitíssimo bem o perímetro. Na semana passada em vitória contra o (agora) líder Brasília por 85-76, a equipe da capital federal acertou apenas 3 bolas em 17 tentativas de fora. No sábado contra o Flamengo, os rubro-negros acertaram 8/26.
No ataque a melhora coletiva atende individualmente pelo nome de Nezinho. Até então tímido, o armador cresceu demais na competição desde que voltou a trabalhar com Dedé (foi seu técnico em Limeira). Sua média antes do novo treinador chegar era de menos de 10 pontos por jogo. Desde que o novo comandante assumiu, 15,7 pontos e 5 assistências por jogo. A melhora é evidente e sua atuação decisiva no sábado foi a certeza de que o camisa 23 está de novo nos trilhos.
Outro que está bem é Murilo. O ala-pivô teve 14 pontos e 8 rebotes contra o Flamengo, foi fundamental no ataque e bem no duelo contra Olivinha. Desde que Dedé assumiu ele tem 5 (de 7) partidas com 10+ pontos e 4+ rebotes.
Perto do G4, o Vasco agora quer se consolidar entre os grandes times do campeonato. Para isso, terá que vencer no próximo sábado o ótimo time de Mogi fora de casa (14h na Bandeirantes). Caso triunfe, ganhará ainda mais confiança para o restante do returno e solidificará o excelente começo do técnico Dedé na equipe. É bom ficar de olho nos vascaínos.
Fonte: Blog Bala na Cesta - UOL