Ricardo tem 19 anos, duas cirurgias de hérnia inguinal em menos de 12 meses e uma passagem por empréstimo pelo Vitória de Guimarães, de Portugal. Tanta experiência acumulada vai lhe servir para reforçar o time sub-20 do Vasco, que estreia no Campeonato Carioca no próximo domingo, contra o Fluminense. No início do ano, ele se destacou no jogo-treino dos profissionais contra o Bonsucesso, quando fez o gol da vitória por 1 a 0 (veja lances no vídeo acima)
O defensor se autointitula um dos “vovôs” do elenco sub-20 cruz-maltino. Em São Januário, o consideram uma das principais promessas do clube, zagueiro canhoto de qualidade técnica que pode render frutos ao profissional. Mas, por enquanto, Ricardo quer mesmo é aproveitar o retorno e jogar ao lado do amigo Bruno Cosendey, volante que também voltou de empréstimo do Vitória de Guimarães e é seu amigo de infância, responsável por levá-lo ao Vasco.
- Ele que me trouxe para cá. Eu jogava futsal no Grajaú, enfrentei o Vasco e marquei o Bruno. O pai dele trabalhava com o meu tio, falou para me levar no Vasco, que precisa de zagueiro canhoto. E eu era meia (risos). Comecei a jogar de zagueiro e fui gostando – contou.
Os dois estiveram no Vitória de Guimarães, mas compartilharam poucos meses juntos. Para Ricardo, o período em Portugal serviu para lhe ajudar a amadurecer. Em campo, diz ter melhorado nas partes tática e técnica, apesar de ter feito apenas três partidas. Fora, morou sozinho pela primeira vez e aprendeu a se virar.
- Dentro e fora de campo amadureci muito. Voltei um zagueiro bem melhor, mais participativo. Foi uma experiência muito boa. O futebol lá é muito diferente do daqui. Aprendi coisas na marcação, de sair jogando – relatou.
Cirurgias e destaque em jogo-treino
Foram oito meses no Vitória de Guimarães. Ricardo acertou seu empréstimo em agosto de 2015, logo depois de se recuperar da primeira cirurgia de hérnia inguinal. Em janeiro de 2016, começou a sentir dores de novo. Em março, constatou que teria que operar de novo e pediu para voltar ao Brasil.
A cirurgia aconteceu em maio. Ele se recuperou em dois meses no Caprres. Depois, por questões burocráticas, não pôde ser inscrito nos torneios sub-20 e só treinou com o grupo. A paciência foi recompensada no início de 2017, quando foi chamado para os profissionais e se destacou no jogo-treino contra o Bonsucesso.
- Falaram para eu ir treinar porque o Rodrigo estava com uma bolha, ia ser poupado. Acabei jogando pela ausência dele. Joguei bem, fiz gol. Contra o Madureira, entrei nos minutos finais. Foi a primeira chance que tive (nos profissionais).
Meta de título na base e inspiração em Luan
A boa impressão deixou gostinho em Ricardo. Ele vê a disputa do Carioca sub-20 como uma vitrine para ganhar espaço. Para isso, acredita que conquistar o estadual seja primordial para que a base seja vista.
- Ainda não ganhei um título desde que subi para o sub-20. O Carioca é bom para ganhar um título. É muito difícil subir para o profissional se não fizer resultado na base. É fazer bons jogos e consequentemente ganhar espaço se for chamado para o profissional. Tem que estar preparado como o Douglas – disse, citando o volante de 18 anos que se tornou titular dos profissionais.
Além de Douglas, outro espelho de Ricardo é Luan. O defensor foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira para o amistoso contra a Colômbia, esteve na conquista da medalha de ouro olímpica e serve de exemplo para o jovem.
- Eu me espelho muito nele, porque veio da base, é novo, acabou de ganhar um título que todo mundo queria ganhar. Está buscando o espaço dele na Seleção aos pouquinhos. Já é ídolo, né? É isso. Quero subir, fazer minha carreira no Vasco, jogar, me firmar. Todo mundo quer jogar na Europa, mas não tem por que querer sair daqui se a proposta não for surreal. Jogar aqui para o resto da vida todo mundo quer. Está bom para caramba – completou.
Fonte: GloboEsporte.com