Os goleadores de 2016 sofreram críticas por marcarem poucos gols. Ok, não poucos, mas menos que em outras temporadas. Compare com o ano passado, por exemplo: Ricardo Oliveira venceu o Prêmio Friedenreich com 37 bolas na rede, 12 a mais que Robinho, vencedor da atual edição (veja detalhes dos gols do Rei das Pedaladas em 2016). No Brasileirão, Fred, William Pottker e Diego Souza empataram na liderança da artilharia com "apenas" 14 gols, o menor número da história do campeonato, que em 2004 teve Washington Coração Valente, então no Atlético-PR, se consagrando com 20 tentos mais.
Acontece que o número de gols dos times não diminuiu, o que significa apenas que mais gente diferente tem marcado. E dessa divisão mais democrática dos artilheiros, surge a pergunta: quem, além dos atacantes, está afiado na pontaria? Tem zagueiro, lateral e volante goleador também, é claro. E é justamente deles que vamos falar na quarta edição do Artilheiro do Ano por Posição. Mate sua curiosidade abaixo com o Top 5 de cada setor!
HOMENS DE FRENTE
O ranking dos atacantes é, também, um recorte da ponta do compilado geral do Prêmio Friedenreich. Ou seja, a liderança e suas redondezas ficaram na mão dos homens lá da frente. Robinho distribuiu seus gols por quatro campeonatos: 12 na Série A, nove no Mineiro (do qual foi artilheiro, com direito a dois hat-tricks), três na Copa do Brasil e mais um na Taça Libertadores.
Vice-líder, Grafite fez sua parte pelo Santinha em quatro torneios: Brasileirão (13), Copa do Nordeste (5), Pernambucano (3) e Copa Sul-Americana (3).
Aí vem uma galera empatada com 23 gols. Anselmo brilhou no primeiro semestre, com 11 gols no Cearense, e chegou a liderar a disputa, mas encerrou as atividades no início de outubro, com a eliminação do Fortaleza nas quartas de final da Série C, e ficou para trás.
Bruno Rangel, falecido no trágico acidente com o voo da delegação da Chapecoense, foi um dos três únicos jogadores (os outros são Sassá, do Botafogo, e Rafael Sobis, do Cruzeiro) a marcar três vezes num jogo da elite nacional em 2016, na vitória por 4 a 3 sobre o Coritiba.
Fred deixou sua marca 11 vezes pelo Fluminense e outras 12 pelo Atlético-MG na temporada. Kleber, goleador máximo do Campeonato Paranaense, com 13 bolas na rede, também ajudou o Coritiba a permanecer na primeira divisão com nove gols marcados.
ARMAÇÃO E BOLA NA REDE
Quem disse que a função dos caras é só armar o jogo? Tem muito meia que invade a área e não hesita em chutar. É o caso de todos esses aqui do lado. Nenê, do Vasco, colaborou na Série B com 13 gols e liderou a artilharia por um tempo, até ser ultrapassado por Bill, que fez 15. No Carioca, ainda deixou a marca em sete oportunidades.
Logo abaixo, o Fluminense é presença forte na lista. Diego Souza terminou o ano no Sport, como um dos goleadores do Brasileiro, mas não sem antes fazer quatro gols pelo Tricolor. Depois vem Cícero, que varia entre meia e volante, mas é sempre um perigo, sobretudo em cabeçadas. Por último, Gustavo Scarpa, destaque do clube no ano e um dos melhores chutadores do país.
Felipe Garcia fez ótima Segundona pelo Brasil de Pelotas, com 13 gols marcados, joga como meia pela direita e virou alvo de Grêmio, Santos e Sport para 2017. Arrascaeta, mesmo sem ser titular com constância, mostrou ser decisivo, seja jogando centralizado ou pelas pontas, onde exerce melhor seu potencial ofensivo. Daniel Sobralense, acertado com o Paysandu para a próxima temporada, tem 33 anos e é mais um representante do Fortaleza a pintar por aqui.
AQUI É MARCAÇÃO... DE GOLS
E o Germano, hein? Sempre se notabilizou pela força - às vezes até exagerada - nas divididas... Esse ano resolveu mostrar a que veio balançando o barbante. Foram 11 gols, sendo nove ao longo da Série B - e desses, seis foram de pênalti. Foi um dos grandes nomes da boa campanha do Londrina, que terminou em sexto e lutando até as últimas rodadas pela vaga na elite.
Mais famoso do Top 5 dos volantes, Hernani fez ótimas exibições pelo Atlético-PR e era perigo constante com suas bombas de longa distância. Será que, agora no Zenit, substituirá a patada de Hulk?
Wellington Simião deixou oito gols na conta pelo Ituano antes de se transferir para o Vila Nova, onde anotou mais dois. Pio, por sua vez, é o terceiro atleta do Fortaleza aqui na matéria. E cabe um adendo: é o terceiro ano consecutivo dele, que tem 28 anos, nessa lista - foi, inclusive, o líder entre os volantes em 2014. Boa, Pio!
Lucas, ex-Vasco e atualmente no Paysandu, foi titular absoluto na temporada e jogou até mesmo improvisado de lateral-esquerdo. Vai voltar para o Rio de Janeiro para disputar o Carioca pelo Friburguense, a princípio. Michel fecha o ranking com quatro gols pelo Novorizontino no Paulistão e mais quatro pelo Atlético-GO na trajetória que culminou no título da Série B.
COMENDO PELAS BEIRADAS
Aqui a maioria é conhecida do grande público, e a novidade fica por conta da ausência de Yago Pikachu, que ganhou com certa folga nos anos anteriores. Com menos chances no Vasco, teve que passar o bastão. Diego Renan atua em ambas as laterais e puxa a fila, com 11 gols no currículo pelo Vitória. Batedor de pênalti da equipe - revezando com Marinho em alguns jogos - fez nove gols da marca da cal.
Já Danilo Barcelos tem perfil mais ofensivo e atua por vezes como meia esquerda. Seus gols mais importantes na temporada foram os três assinalados nos duelos contra o Atlético-MG, sua nova casa em 2017, na final do Campeonato Mineiro deste ano, vencida pelo América-MG.
Jean, que é volante de origem, surge nesta lista por um motivo simples: atuou quase o ano inteiro como lateral-direito, fazendo a famosa parceria com Tchê Tchê, que se firmou como titular no meio-campo do Palmeiras. Os dois invertiam de posição ao longo dos jogos, mas Jean se consolidou mais como defensor no ano.
Tiaguinho, do Altos, é o desconhecido da lista. Aos 28 anos, o lateral-esquerdo fez cinco gols no Campeonato Piauiense e contribuiu com mais três tentos na Série D até a eliminação nas oitavas de final de sua equipe, que havia sido a sensação da primeira fase.
Renato, emprestado pelo Fluminense, foi peça-chave do Avaí na subida para a primeira divisão. Por vezes atuou como meia e rendeu bem: marcou sete vezes, cinco pela Série B.
ZAGUEIROS-ARTILHEIROS
Aqui é lugar para quem segura as pontas lá atrás e vai às redes quando surge na área adversária. O primeiro colocado da lista é Thiego, que merece todas as nossas homenagens em um dos melhores anos de sua carreira tecnicamente: seis gols de cabeça, um em cobrança de falta, outro de pé direito com a bola rolando. Thiego também estava no avião que caiu na Colômbia, ao lado do companheiro Bruno Rangel, citado na lista dos atacantes.
Bruno Aguiar divide a vice-liderança com mais quatro jogadores. O zagueiro ex-Joinville - negociou sua ida para o Catar - marcou sete gols durante a disputa do Catarinense. Gilvan, Luan e Ronaldo Alves, do Náutico, também disputaram a Segundona por Paysandu, Vasco e Náutico, respectivamente. Ronaldo Alves, no entanto, acertou sua ida para o Sport no meio da temporada, terminando o Brasileirão como titular ao lado de Matheus Ferraz. Marcou um gol pelo Leão pernambucano.
O SUBSTITUTO DE ROGÉRIO CENI
Quando Rogério Ceni, líder deste ranking nos três anos anteriores, anunciou sua aposentadoria ao fim de 2015, já tínhamos um candidato a substituí-lo: o goleiro Márcio, que em julho deixou o Atlético-GO para defender o rival Goiás. Ele sempre ficou à margem de Ceni, esperando sua hora, que chegou. Márcio converteu três pênaltis e levou a melhor pela primeira vez, com um gol pelo Esmeraldino e dois pelo Dragão.
O segundo colocado você dificilmente conhece: Paulo Rafael, do São Francisco, do Pará. Ele também é batedor de penalidades e guardou dois.
Com um gol, Wilson, do Coritiba, é o mais famoso. O goleirão foi à área rival nos acréscimos e garantiu, de cabeça, o empate em 3 a 3 diante do Rio Branco-PR, pelo Campeonato Paranaense. Mário Rocha, do Real Desportivo-RO, William, do Araguaína-TO, e Henal, do Cuiabá, também merecem a citação pelo gol marcado.
Fonte: GloboEsporte.com