Na última semana, o presidente recém-eleito da Liga Nacional de Basquete (LNB), João Fernando Rossi, participou de uma longa conversa com os jornalistas Fabio Balassiano e Pedro Rodrigues para o Podcast do Blog Bala na Cesta. A entrevista de mais de uma hora abordou muitos assuntos referentes ao atual momento do basquete nacional e, principalmente, o planejamento da entidade para as próximas temporadas.
Rossi, que passará a assumir o cargo de presidente em janeiro de 2017, comentou seus planos para conseguir fazer com que o basquete continue a evoluir no cenário esportivo brasileiro, principalmente, fora das quadras, com uma atenção especial ao trabalho de gestão dos clubes.
“Todos querem de forma muito rápida que o basquete brasileiro seja uma potência, como é a Euroliga, como é a NBA. Porém, nós sabemos que isso leva tempo e vai exigir muito trabalho. Hoje, nosso foco será fortalecer o trabalho dos clubes, disseminar as boas práticas de marketing, comunicação e operacional”, analisou o futuro presidente.
Atualmente, o basquete ocupa a terceira posição entre as modalidades esportivas no gosto do brasileiro, de acordo com recente pesquisa do Ibope/Repucom. No entanto, Rossi fez questão de lembrar que o cenário era completamente diferente no período de fundação da LNB, em 2008, quando o basquete estava na oitava colocação entre as mais populares.
“A desconfiança e a falta de crédito que o basquete passava fez com que os clubes se unissem muito e, nesse sentido, a construção da Liga ocorreu passo a passo. Em 2008, a LNB foi criada de forma pioneira, mas sempre com o conceito de tomada de decisões de forma coletiva. E a gente carrega essa marca, essa credibilidade até hoje”, enfatizou Rossi.
Dentro de quadra, João Fernando Rossi enfatizou que junto ao NBB CAIXA, principal competição de basquete do país, a Liga Ouro e a LDB (Liga de Desenvolvimento de Basquete) possuem um papel fundamental no processo de crescimento da modalidade.
Hoje, cerca de 43% dos atletas que atuam no NBB CAIXA foram revelados na competição nacional sub-22. Talentos como Bruno Caboclo e Cristiano Felício, hoje na NBA, e o melhor armador da última temporada, Davi Rossetto, do Solar Cearense, são exemplos de jogadores que puderam se aperfeiçoar na LDB antes de iniciarem suas trajetórias no basquete profissional.
“É uma felicidade poder ver a renovação que a LDB permitiu que fizéssemos no basquete brasileiro, não só de atletas, mas também de árbitros e técnicos. A LNB está focada, agora, também em poder desenvolver as competições nacionais sub-15 e sub-18, tanto na versão masculina quanto na feminina, através da Lei de Incentivo do Esporte”, afirmou Rossi.
Dentre os temas mais atuais, a entrevista abordou bastante o tema Vasco x Flamengo, confronto que teve de ser adiado na semana passada por uma série de fatores. O futuro mandatário da LNB confirmou que as dificuldades tem sido enormes para a organização desse jogo, mas que a LNB e os dois clubes estão muito determinados a poderem realizar um grande evento para os fãs.
“No basquete mundial, temos grandes jogos com equipes de camisa, como Panathinaikos x Olympiacos, Fenerbahce x Galatassaray, Real Madrid x Barcelona, fazendo festa nas arenas. Agora eu duvido que esses confrontos nasceram já assim, tranquilos. Nós estamos no início desse processo e temos muito a caminhar. Nós não deixaremos de ver o impacto positivo que as torcidas trazem ao espetáculo. É um grande desafio e não iremos desistir”, ressaltou.