Desde que foi contratada pelo Vasco, no ano passado, jamais a psicóloga Maíra Ruas foi tão necessária quanto na semana que culmina no jogo de hoje, contra o Ceará. A equipe entrará em campo com um peso enorme nas costas: o de evitar o maior vexame da história do clube de São Januário — mais até do que os três rebaixamentos acumulados.
Em Pinheiral, ela aproveitou o regime de concentração em tempo integral dos jogadores para intensificar o trabalho do lado emocional. A insegurança tem sido uma característica da equipe de Jorginho nos últimos meses. É um ciclo vicioso difícil de romper: quanto mais os bons resultados desaparecem, mais instável emocionalmente o time fica e, assim, voltar a vencer fica mais complicado.
Maíra prefere fazer trabalhos individuais, de acordo com a necessidade de cada atleta. Diguinho, por exemplo, será titular hoje e deverá enfrentar a resistência da torcida vascaína em peso no Maracanã. Pesa contra, ainda, o fato de ele ter cometido o pênalti decisivo contra o Criciúma, no sábado.
Discreta, Maíra aparece pouco e, desde que foi contratada, dificilmente dá entrevistas — em meio à tensão atual, recusou-se a falar ontem. Seu estilo reservado agrada à diretoria e aos jogadores. Costuma ajudar Jorginho a escolher o tema para a preleção e vídeos motivacionais.
Depois que a psicóloga chegou, o Vasco conseguiu superar o bloqueio que tinha nos clássicos contra o Flamengo para abrir nove partidas sem perder para o arquirrival, um dos poucos motivos para o vascaíno sorrir atualmente. De nada isso vai adiantar se o time não voltar à Série A.
Fonte: Extra