Atlético-GO é a grande sensação da Série B do Campeonato Brasileiro deste ano. A equipe lidera a competição com 61 pontos ganhos e desbanca adversários muito mais ricos como Vasco, que tem folha salarial de aproximadamente R$ 3,5 milhões por mês. Com um gasto cinco vezes menor, o time comandado por Marcelo Cabo custa R$ 650 mil e aposta em uma política de austeridade financeira para voltar à elite.
Os medalhões, jogadores com muita fama que são muito comuns em equipes desta divisão, são barrados pela diretoria.
"O perfil desse tipo de atleta é de alto salário e que geralmente está na descendência na carreira. Claro que não todos. Procuramos não criar um desequilíbrio financeiro entre os jogadores porque isso prejudica o time", disse Adson Batista, diretor geral do clube, ao ESPN.com.br.
Segundo o dirigente, o clube faz um rigoroso trabalho de monitoramento de atletas promissores em equipes menores. Cerca de 85% do atual elenco foi montado no começo deste ano, antes da disputa do Campeonato Goiano.
"Nosso planejamento é feito com muita antecipação. Montamos nosso time antes da Série B para não entrar em leilão por jogador. Buscamos profissionais que queiram objetivo na vida e espaço em um clube com boas condições de trabalho".
Mesmo com o fracasso no Estadual, com a eliminação ainda nas semifinais, chegaram apenas quatro reforços para o time, sendo que apenas Michel virou titular. O treinador Marcelo Cabo assumiu o cargo faltando poucos dias para o começo da Série B do Campeonato Brasileiro e deu continuidade ao trabalho.
"Nós tínhamos convicção que esse grupo daria reposta. O Atlético é tido como uma Coréia do Norte, um clube fechado. Não vamos muito em clima de torcedor, ele é muito passional. Os respeitamos, mas a decisão cabe a diretoria".
Nisso se inclui também a saída do goleiro Márcio, grande ídolo da torcida atleticana, que foi para o rival Goiás. Kléver, seu substituto, foi revelado pelo Fluminense e deu conta do recado.
"Foi uma decisão em comum acordo e nos preparamos para a saída dele. Muito tempo de clube e vão tendo alguns desgastes, mas ele saiu pela porta da frente e foi importante".
Neste ano, o Atlético-GO voltou a mandar suas partidas no estádio Olímpico de Goiânia, que passou por uma reforma e tem capacidade para 13,5 mil torcedores. O local, que não era utilizado desde 2006, fica no tradicional bairro de Campinas, onde o clube foi fundado.
"Nós somos um time muito bairrista e tem aquela marca de não gostar no Serra Dourada. Estádio Olímpico ficou muito moderno. A ideia é no ano que vem mandar todos os jogos lá, incluindo a Série A. Em apenas alguns casos especiais abriremos uma exceção".
Fonte: ESPN.com.br