Basquete: Jogadores e técnicos falam sobre final entre Vasco e Urubu

Quarta-feira, 26/10/2016 - 11:14
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Em um jogo sem torcida, os gritos ficaram restritos à quadra. Os bancos de reserva atuaram como público, para o mal e para o bem. Na primeira partida da final do Campeonato Carioca, Flamengo e Vasco fizeram um duelo nervoso, com direito a discussões e o início de uma briga no fim. Os ânimos se exaltaram durante o confronto, no qual o Rubro-Negro levou a melhor, ficando a uma vitória do título. A imensa rivalidade entre os times ajuda, é verdade. Destaque do jogo, Marcelinho diz, porém, que não precisava ser assim. Depois de mais uma confusão quanto à definição do local da segunda partida, as duas equipes se enfrentam nesta quinta-feira, em São Januário, às 19h45.

O veterano, de tantos clássicos no currículo, acredita que os times poderiam deixar a rivalidade apenas para a torcida. No fim da partida, Marcelinho se estranhou com Nezinho, uma das referências do lado vascaíno. As farpas entre os dois causaram um princípio de confusão em quadra, ampliando a discussão para outros membros das equipes. O jogador rubro-negro, no entanto, afirma que o ideal seria um confronto apenas na bola.

- Para mim, não deveria ser assim. Eu vi um jogo agora (Chelsea e Manchester United, no último fim de semana), no campeonato inglês de futebol, um clássico que acabou 4 a 0 para um lado, e os caras, depois do jogo, estavam trocando camisa. Não teve nenhum tipo de confusão. Acho que rivalidade existe para os torcedores. Acho que os jogadores têm de se respeitar. Talvez seja da nossa cultura, né. Mas não estou de acordo. Tem de ser resolvido na técnica, na quadra, um vai ser melhor que o outro e vai merecer ganhar. Não é ficar provocando e reclamando, fazendo pressão na arbitragem o tempo todo. Acaba que todo mundo faz porque é de praxe. Mas todo mundo deveria se preocupar em transformar o esporte para uma coisa melhor - afirmou.

O jogador também minimizou a discussão com Nezinho ao fim da partida.

- Foi uma provocação. Não vou levar isso de maneira pessoal. Acontece. Mas entra por um ouvido e sai pelo outro. Vamos nos preocupar apenas em entrar em quadra e fazer o nosso melhor para ganhar o jogo.

A briga entre os jogadores fez com que a disputa também se acirrasse entre os treinadores. Em meio à confusão, José Neto, do Flamengo, e Christiano Pereira, do Vasco, também trocaram farpas. O treinador rubro-negro jogou panos quentes no assunto.

- O Christiano é um grande amigo, foi meu assistente no Mundial da Sérvia, com a seleção, ficamos em quarto lugar no mundo. Ali, eu acho que ele ficou incomodado porque me viu falando com o Hélio. Mas o Hélio veio falar comigo. Não tem nada. Ele fez o certo, foi defender o time dele, o jogador dele. Não teve problema nenhum. São coisas do jogo, ainda mais num jogo como esse.

Do outro lado, Christiano tentou deixar a polêmica de lado. Assim como Marcelinho, o técnico disse que o espetáculo precisa ser dado em quadra.

- Quando o meu time entra em quadra, quem está do outro lado é o meu adversário. Quando entro, é para vencer jogo. Penso dessa maneira. Não fico remoendo coisas que aconteceram em uma partida ou que vão acontecer na próxima. Ou uma provocação. Os jogadores precisam ser as estrelas e não podemos focar nessas atitudes e provocação. O basquete está carente de grandes espetáculos e isso precisa ser feito pelos atletas e não por ninguém que não sejam eles - disse o técnico do Vasco.

A vitória na primeira partida deu ao Flamengo a vantagem na série final. O Vasco precisa vencer o duelo em São Januário para forçar o terceiro jogo decisivo. Caso conquiste mais uma vitória, o Rubro-Negro garante o título pela 12ª vez seguida.

Fonte: GloboEsporte.com