Poucas profissões no país demitem mais do que a de técnico de futebol. E a chegada do fim do ano é prenúncio de uma gigante dança das cadeiras. Para se ter uma ideia, dez dos 12 grandes clubes do Brasil (Grêmio, Inter, São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Atlético-MG e Cruzeiro) ainda não têm treinador definido para 2017.
As exceções são Cruzeiro e Corinthians, cujos técnicos foram contratados recentemente e têm vínculo até dezembro de 2017 - Mano Menezes na Raposa e Oswaldo de Oliveira no Timão.
Nem Palmeiras e Flamengo, que brigam pelo título do Brasileirão, podem cravar Cuca e Zé Ricardo, respectivamente, para o próximo ano. Cuca tem dito frequentemente que pode se transferir para a China, enquanto a diretoria do Flamengo ainda não estendeu o contrato de Zé Ricardo, que termina em dezembro, apesar de afirmar que quer mantê-lo.
Terceiro colocado do Brasileirão com o Atlético-MG, Marcelo Oliveira vai correr risco de demissão se não vencer a Copa do Brasil. O Galo é dono da maior folha salarial do país e ainda não foi campeão em 2016. O contrato de Marcelo termina em dezembro de 2017, mas a contestação em cima do trabalho do treinador é grande - o time quase foi eliminado na quarta-feira pelo Juventude, da Série C, nas quartas de final da Copa do Brasil.
No Rio Grande do Sul, Grêmio e Internacional contrataram técnicos em caráter de emergência: Renato Gaúcho após o pedido de demissão de Roger Machado, no Tricolor; e Celso Roth para tentar salvar o Colorado do risco de rebaixamento para a Série B. Ambos assinaram acordos de apenas três meses de duração.
Ídolo tricolor, Renato tem mais chances de continuar, até porque conseguiu fazer o Grêmio melhor no Brasileirão e é um dos semifinalistas da Copa do Brasil. O Inter também evoluiu, deixou o Z4 após seis rodadas, e é outro semifinalista na Copa do Brasil, mas os candidatos à presidência - a eleição ocorre ainda neste ano - cogitam outros nomes, como Abel Braga e Antônio Carlos Zago.
O São Paulo já definiu que não renovará com Ricardo Gomes, cujo aproveitamento é inferior a 40% - o Tricolor ainda corre risco de rebaixamento. Rogério Ceni surge como favorito para o cargo. No Santos, a pressão sobre Dorival Júnior se tornou imensa após a eliminação, na quarta-feira, da Copa do Brasil. O presidente Modesto Roma Júnior só o bancou até o fim do ano.
Já no Rio de Janeiro, a situação mais cômoda é de Jair Ventura à frente do Botafogo. Ex-interino, o filho de Jairzinho comanda o Fogão da melhor campanha no returno, com 30 dos 39 pontos possíveis. De qualquer maneira, ele ainda não conversou com o presidente Carlos Eduardo Pereira sobre uma extensão do contrato.
No Fluminense, Levir Culpi dificilmente permanecerá. Além do desgaste interno, o treinador tem sondagens do futebol japonês. Um nome forte nas Laranjeiras é Roger Machado, querido por todos os candidatos à presidência.
O Vasco, que ainda não conseguiu confirmar matematicamente seu acesso para a Série A do Brasileiro, dificilmente seguirá com Jorginho. Apontado por muitos como um dos técnicos mais promissores do país, o ex-auxiliar de Dunga se desgastou com os atletas ao longo da Série B e a queda de rendimento do time quase causou sua demissão.
Fonte: Blog do Jorge Nicola - Yahoo