Vasco sediou divulgação do Relatório da Discriminação Racial do Futebol em 2015

Segunda-feira, 10/10/2016 - 14:12
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Felipe Schmidt @schmidt_felipe
Mesa pronta para o início. #gevas

Eurico: “Tema tem muito a ver com o Vasco. Temos que fazer esforço para que a discriminação racial seja extinta neste país.” #gevas

Thalles, Jomar e Isaías Tinoco vieram acompanhar o debate. #gevas

Marcelo Carvalho, responsável pelo relatório: “A gente acredita no futebol como instrumento de luta contra a discriminação racial.” #gevas

Marcelo: “O racismo existe no Brasil. O que a gente faz com esse problema?” #gevas

Segundo relatório, atletas não seguem com denúncias de racismo: fazem o boletim de ocorrência e não vão além. #gevas

Nezinho, do basquete cruz-maltino, também chegou para acompanhar o debate. #gevas

Luis Manuel Fernandes, pres. do conselho deliberativo: “Vasco foi o clube que derrotou as estruturas de racismo no fut brasileiro.” #gevas

Maurício Correa da Veiga, diretor jurídico do Vasco, cita carta do Vasco à Amea, contra o racismo, com exemplo de luta. #gevas

Maurício: "Essa carta pode ser considerada a Lei Áurea do esporte brasileiro." #gevas

Eurico: “Essa carta existiu em resposta a uma decisão da federação de que nossos jogadores não eram dignos de estar junto dos outros.”#gevas

Maria Vitória, campeã brasileira de salto em distância e triplo, Laís Mello (dardo) e Josué (velocista), do Vasco,acompanham o evento.#gevas

Felipe Bevilacqua, do STJD: “Existem muitos casos (de racismo) que não chegam ao STJD.” #gevas

Bevilacqua: “STJD tem um pouco de dificuldade para ter acesso a provas. Não temos força de polícia para is nos lugares.” #gevas

Eurico: “A gente não deve misturar as coisas com homofóbico. Tem que ver como é a nossa cultura.” #gevas

Eurico diz que gritos homofóbicos no tiro de meta não começaram no Brasil: “Isso começou no México, é negócio deles.” #gevas

“Eurico: “Aqui no Brasil chamar de bicha não pode ser ofensa num jogo de futebol. Chamam de bicha até quem não é.” #gevas

Eurico: “Negro, não; (discriminação contra) negro é clara, direcionada.” #gevas

Vez de Jomar: “Já sofri racismo. Era um branco e um negro. Pensei: “Qual palavra vou dar para ele? Deus te abençoe”. #gevas

Jomar: “Tomei meu banho e a primeira coisa que fiz foi abraçar minha mãe, chorando bastante. Não posso levar essa coisa adiante.” #gevas

Eurico pergunta se Jomar já sofreu racismo no Vasco: "Não. Tenho seis anos aqui e nunca sofri isso." #gevas

Nezinho: “Já sofri na quadra, no meu condomínio, em casa, no Brasil, fora do Brasil. Falar disso em 2016 é triste.” #gevas

Nezinho: "Fui pesquisar a historia do Vasco e fiquei muito feliz em ver que o clube que defendo lutou pelos negros e operários." #gevas

Nezinho relata caso em quadra em SP: “Tentaram nos desequilibrar. Chamaram o Alex de pedreiro, e eu de macaquinho, negrinho de merda.”#gevas

Otácio Andrade, conselheiro do Vasco: “Racismo é uma porrada no coração. O pior é não fazer nada. Tome a medida que for possível." #gevas

Jomar recebe camisa simbólica: "Chega de preconceito." #gevas

Eurico cobra camisa para os brancos também e ganha uma de Marcelo. #gevas

Vídeo sobre história do Vasco é exibido, e Eurico encerra: “Aqui não é casa do negro, é casa de todos.” #gevas







Fonte: Twitter do jornalista Felipe Schmidt/GloboEsporte.com


Em debate no Vasco, Jomar e Nezinho relatam casos de racismo no esporte

Nesta segunda-feira, São Januário foi palco de um debate sobre preconceito no esporte. O Vasco abriu as portas para a divulgação do Relatório da Discriminação Racial do Futebol em 2015, elaborado pelo Observatório da Discriminação Racial do Futebol. Convidados para o evento, o zagueiro Jomar e o armador de basquete Nezinho, atletas do clube, relataram casos que viveram na carreira.

- Já sofri racismo no meu ex-clube, quando fui substituído. Eram um branco e um negro. Me chamaram de macaco. Ali fiquei pensando: “Qual palavra vou dar para ele? Deus te abençoe.” Tomei meu banho tranquilo, e a primeira coisa que fiz foi abraçar a minha mãe, chorando. Não posso levar essa coisa adiante, tenho que procurar esquecer. Temos que dar um basta nisso – relatou o zagueiro Jomar.

- Estava disputando a semifinal do Campeonato Paulista pelo Ribeirão Preto, ainda estava estudando. Tentaram nos desequilibrar. Chamaram o Alex, hoje no Bauru, de pedreiro, e eu, de macaquinho e negrinho de merda. Quando acabou o jogo, queria parar de jogar basquete. Fui pesquisar a história do Vasco e fiquei muito feliz em ver que o clube que defendo lutou pelos negros e operários em 1924 – contou Nezinho.

Estudo aponta 41 casos de discriminação no esporte brasileiro em 2015

O relatório foi elaborado por Marcelo Carvalho, presidente do observatório. Além dele, estiveram presentes no debate o presidente do Vasco, Eurico Miranda, o presidente do conselho deliberativo, Luis Manuel Fernandes, o diretor jurídico do clube, Maurício Corrêa da Veiga, e o membro do STJD Felipe Bevilacqua. No estudo, foram identificados 41 casos de discriminação no Brasil: 37 no futebol e quatro em outros esportes.

- O caso de racismo é noticiado, gera repercussão, mas não encontramos informações das punições. Existe lei contra o racismo, mas não há ninguém preso. O problema existe, mas o que a gente faz com esse problema? Se não debater, lutar contra isso, vai continuar existindo. O pior a se fazer é o silêncio – ponderou Marcelo.

Eurico ressaltou a história do Vasco, lembrando do início do clube no futebol, quando a entidade se recusou a dispensar jogadores negros e pobres para se filiar à Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (Amea). Corrêa da Veiga chegou a comparar a carta de resposta cruz-maltina como a “Lei Áurea do esporte brasileiro”.

O presidente do Vasco argumentou que os casos de racismo no futebol ultrapassam a jurisdição do STJD e devem ser analisados pelas autoridades. Por outro lado, questionou a questão dos gritos homofóbicos nos estádios, especialmente nas cobranças de tiros de meta pelos goleiros.

- Tenho muito medo quando começam a misturar as coisas, de que comece a derivar. Eu cito esse negócio de chamar de bicha. Isso nem é brasileiro, começou no México. Aqui no Brasil chamar de bicha não pode ser ofensa num jogo de futebol. A gente chama de bicha até quem não é. Negro, não; (discriminação contra) negro é clara, direcionada. Aqui o convívio é rigorosamente igual. Se tem que dar chibatada, dá no branco e no negro. Não no sentido daquela história que repreende por ser negro ou branco. A gente repreende o associado da mesma forma – disse Eurico.



Fonte: GloboEsporte.com


Em evento sobre racismo, Vasco destaca sua posição na luta contra a discriminação racial no esporte

Relatório da Discriminação Racial no Futebol de 2015 é divulgado em São Januário. Foram identificados 41 casos de racismo no Brasil, sendo 37 no futebol e quatro em outros esportes

A luta do Vasco contra o racismo é o seu maior título fora dos gramados. Durante toda sua história, o Cruzmaltino é reconhecido pela igualdade no esporte em atos que ressaltam a importância do ser humano, independente de sua raça, credo ou gênero. Na tarde desta segunda-feira (10/10), mais um capítulo desta linda trajetória foi escrito no Complexo Esportivo de São Januário. Na Sala dos Grande Beneméritos, o presidente Eurico Miranda, ao lado do presidente do Conselho Deliberativo, Luis Manuel Fernandes, do diretor jurídico do clube, Maurício Corrêa da Veiga, e do Procurador do STJD Felipe Bevilacqua, divulgou o Relatório de Discriminação do Futebol no ano de 2015, realizado pelo Observatório da Discriminação Racial, representado no evento pelo diretor Marcelo Carvalho.

- Estamos abrindo espaço para esse relatório anual da Discriminação. Essse é um tema que tem muito a ver com o Vasco, o que esse clube representa. Quando fui questionado se podíarmos sediar, prontamente fiquei de acordo. Espero que sirva para demonstrarmos efetivamente o que ocorreu e o que ocorre no nosso país e de que forma podemos contribuir para que a gente acabe definitivamente com a essa coisa chamada discriminação racial. O Vasco tem uma tradição histórica e por isso reafirmo a nossa intenção de colaborar ao máximo com essa questão - afirma o presidente Eurico Miranda.

Foram identificados 41 casos de racismo no Brasil, sendo 37 no futebol e quatro em outros esportes no estudo realizado pelo Observatório da Discrminação Racial do Futebol, divulgado no evento, O diretor da ONG, Marcelo Carvalho, ressalta que muitas ocorrências não ganham mídia e as punições acabam não acontecendo.

- O caso de racismo é noticiado, gera repercussão, mas não encontramos informações das punições. Existe lei contra o racismo, mas não há ninguém preso. O problema existe, mas o que a gente faz com esse problema? Se não debater, lutar contra isso, vai continuar existindo. O pior a se fazer é o silêncio – ponderou Marcelo.

Atletas do futebol, basquete e atletismo do clube maracaram presença de debate, com destaque para o zagueiro Jomar e o atacante Thalles, além do armador Nezinho, que deu um depoimento forte sobre um caso de racismo que sofreu dentro das quadras.

- Estava disputando a semifinal do Campeonato Paulista pelo Ribeirão Preto, ainda estava estudando nessa época. Tentaram nos desequilibrar. Chamaram o Alex (Hoje no Bauru), de pedreiro, e eu, de macaquinho e negrinho de merda. Quando acabou o jogo, queria parar de jogar basquete. Fui pesquisar a história do Vasco e fiquei muito feliz em ver que o clube que defendo lutou pelos negros e operários em 1924 - ressalta Nezinho.

Jomar relata choro após ser discriminado e diz que aprendeu com a situação. Hoje, no Vasco, o zagueiro afirma que sempre foi bem tratado e nunca sofreu com nenhum problema dentro do clube.

- Já sofri racismo no meu ex-clube, quando fui substituído. Eram um branco e um negro. Me chamaram de macaco. Ali fiquei pensando: "Qual palavra vou dar para ele? Deus te abençoe". Tomei meu banho tranquilo, e a primeira coisa que fiz foi abraçar a minha mãe, chorando. Não posso levar essa coisa adiante, tenho que procurar esquecer. Temos que dar um basta nisso. Aqui no Vasco sempre fui bem tratado - destaca o zagueiro.



Fonte: Site oficial do Vasco