Matheus Índio chegou ao Vasco com 11 anos, fez sucesso na base, mas, nos profissionais, tem apenas seis jogos com a camisa cruz-maltina. Ele precisou ir para Portugal para ter a primeira sequência de partidas na carreira. Emprestado ao Estoril, é um dos destaques do time luso neste início de temporada europeia, com três gols e uma assistência em cinco partidas. Por isso, é compreensível quando o garoto de 20 anos fala com certo distanciamento em relação ao clube onde foi revelado.
- Não tenho mágoa alguma e nem me lamento muito. Saí do clube não estando no profissional, depois voltei já estando no profissional (Nota: Índio rescindiu contrato na Justiça em 2013 e passou por Penapolense e Santos antes de voltar, em 2015). Joguei muito pouco, então penso que o Vasco foi um clube para eu não jogar e o meu futuro nunca esteve aí - disse o jogador, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Índio deixa claro que não há mágoa com o Vasco. Mas, ao conversar com o jogador, nota-se que o Cruz-Maltino é página virada. Em 2016, atuou apenas três vezes – em sua única oportunidade como titular, vestiu a camisa 10 no lugar do suspenso Nenê, contra o Friburguense, pelo Campeonato Carioca, mas foi substituído no intervalo.
Na busca por mais chances de jogar, o meia encontrou o Estoril. Emprestado até junho de 2017, com opção de compra, ele achou no clube português as condições ideais para se desenvolver. O histórico dos lusos é animador: foi ali que promessas como Léo Bonatini (ex-Cruzeiro) e Mattheus (ex-Flamengo) ganharam espaço e puderam mostrar seu valor.
Com Índio não vem sendo diferente – ele, inclusive, já recebeu sondagens da Europa. Na negociação, o Vasco cedeu 20% dos direitos econômicos ao Estoril, como vitrine, e fixou os outros 30% em R$ 1 milhão.
- Gostei muito do projeto que apresentaram para mim. Poder jogar, ter oportunidade. Estou muito feliz de poder estar jogando com sequência aqui. O Estoril me deu a oportunidade de me mostrar para o mundo e estou aproveitando o máximo possível.
Confira outros tópicos da entrevista:
GloboEsporte.com: Você esperava começar tão bem no Estoril?
Matheus Índio: Sim, é só o começo. Está sendo muito bom. Venho me preparando bastante e, com a ajuda de todos, vou me adaptando cada vez mais. A adaptação está sendo muito boa, até mais rápido do que o esperado. Isso passa pelos companheiros e a comissão, que me receberam muito bem. Aqui tem muitos brasileiros, isso facilita bastante. A cidade é muito boa.
Quem dos brasileiros você já conhecia?
Tenho amigos que joguei junto e contra também. Alisson, Mattheus, Lucas Farias, Eduardo, Tocantins, Bruno Gomes. Com o Alisson jogamos muito tempo juntos nas seleções de base. Estamos sempre juntos aqui.
Por que você acha que não teve muitas chances no Vasco?
Eu esperava jogar mais, a expectativa era essa, mas o futebol é assim mesmo. Nem sempre as coisas acontecem do jeito que a gente quer. As coisas mudam muito rápido, é o que acontece comigo hoje. Joguei muito pouco no clube e agora já vim para a Europa. O Vasco vai ser o clube que me formou e nada mais.
Você está emprestado até junho de 2017. Não pensa em voltar para o Vasco?
Tenho contrato, né? Mas prefiro pensar no presente e hoje estou muito feliz aqui. Não tenho pressa para definir meu futuro, só quero seguir jogando. As coisas vão acontecer naturalmente.
Como você vê os meninos que estão tendo chance agora no Vasco? Por que acha que com eles foi diferente?
Não tenho acompanhado muito. O fuso horário não deixa. Mas isso é bom para os meninos e para o clube também. O Vasco tem jogadores de qualidade na base, e torço para que dê tudo certo para eles.
Fonte: GloboEsporte.com