O questionamento interno nesta quinta-feira será natural para o vascaíno: e agora, o que esperar de 2016? A eliminação da Copa do Brasil com o empate por 2 a 2 com o Santos, na noite de quarta-feira, em São Januário - e não vamos entrar no mérito da arbitragem -, não pode ser vista somente como o fim de uma competição. É, praticamente, o fim do ano para o Vasco. Desde as primeiras entrevistas, ainda em Pinheiral, a disputa em mata-mata foi colocada como prioridade para a temporada, e o acesso quase protocolar nas últimas 12 rodadas da Série B deixa um clima de Réveillon em São Januário. Há, porém, o que comemorar no "ano que passou".
Se o título estadual e a liderança de ponta a ponta em 26 rodadas do Brasileirão já foram absorvidas e até encaradas com naturalidade, a exibição diante do Santos aponta para uma característica importante para o elenco comandado por Jorginho: a resiliência. Depois de navegar em mares tranquilos por sete meses do ano, o Vasco sofreu com a queda repentina de rendimento, o mês de agosto inteiro sem vitórias, jejum de seis partidas, pressão interna e externa, e soube se recolocar nos eixos.
A distância para o quinto colocado - a que realmente interessa - que chegou a cair para três pontos, com risco de saída do G-4, já é de nove e é difícil acreditar que a volta à elite esteja em risco. Por mais que o duelo com o Atlético-GO, sábado, valha a liderança, o torcedor já cansou de dar provas ao longo do ano que ser campeão da Série B está longe de ser algo que vá tocá-lo profundamente. E mais uma vez o duelo contra o Santos serviu como um divisor, ou mesmo um "Réveillon".
A noite de quarta-feira mostrou o que a torcida quer ver do time e também o que o time quer ver da torcida. O público de mais de 18 mil pagantes deixou claro que a paixão não mudou, mas, sim, o interesse pela competição. E a equipe dentro de campo retribuiu com uma atuação que lembrou os melhores momentos do ano: segura de si, consciente de suas limitações e sem medo de encarar um dos melhores times da Série A.
Que a qualidade técnica do Santos é maior, até os vascaínos são unânimes em concordar. Mas nem por isso o Vasco se mostrou inferior em São Januário. Com a intensidade como principal característica, o time se mandou para cima do rival e, mesmo após sofrer o primeiro gol, nunca se acovardou. Com Diguinho no lugar de Marcelo Mattos, Jorginho não mudou o esquema, mas era clara a mudança de postura.
Aberto pela direita, Júnior Dutra dava amplitude nas ações ofensivas, que quase sempre resultavam em cruzamentos perigosos na área. Foi assim, inclusive, que Nenê empatou a partida. O Santos criou chances? Sim, mas se viu encurralado no campo de defesa na maior parte do tempo. Os contra-ataques eram um risco natural que o Vasco precisava correr e que encarou ainda mais aberto no segundo tempo.
Ao colocar Madson no lugar de Diguinho, com Yago Pikachu deslocado para o meio no lado esquerdo, Jorginho lembrou o treinador do primeiro semestre, com variações táticas dentro da partida. Ele foi bem também ao optar pelo jovem Alan Cardoso, que deu velocidade e fez boas jogadas no segundo tempo. Fosse precavido e veloz, ou mais ofensivo, a verdade é que o Vasco se engrandeceu diante do Santos. O 3 a 1 não veio pelos pés de Ederson, o 2 a 2 surgiu em lance cheio de polêmica, mas o torcedor deixou São Januário orgulhoso. E agora, o que esperar de 2016? Que acabe rápido e chegue logo 2017.
Fonte: GloboEsporte.com