Não foi o feijão nem a música, tampouco o clima. Do que Junior Dutra mais sentiu falta do Brasil nos sete anos em que esteve longe do país foi o futebol. Mais precisamente do clima que envolve as partidas por aqui. A presença da torcida, o assunto dominando as conversas, o frio na barriga. Tudo isso ele vai poder presenciar na quarta-feira, quando o Vasco enfrentar o Santos em São Januário, no jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil.
Este será o primeiro duelo decisivo de Dutra com a camisa cruz-maltina. Contratado em julho, só recentemente ele engatou sequência de três jogos como titular. Provavelmente, permanecerá na equipe para a partida e sentirá de perto os detalhes de um mata-mata bem diferente daqueles que viveu por Bélgica, Japão e Catar, países onde jogou.
- Senti muita falta do jogo, de tudo que envolve o futebol no Brasil. O dia do jogo, a preparação, a torcida, toda a atmosfera que envolve. No geral sempre tem alguma coisa de comida, de clima, porque joguei em lugares muito frios ou muito quentes. Mas o futebol em geral foi o que me fez estar feliz de voltar – disse Dutra ao GloboEsporte.com, em entrevista no último sábado.
História com o Santos
Curiosamente, o atacante enfrentará um clube com o qual é familiar. Junior Dutra nasceu em Santos, foi criado em Santos, começou a jogar futebol no Santos e agora reencontrará o Peixe. Ele admitiu o sentimento especial para a partida, mas ressaltou: o principal fator para a ansiedade do duelo é o fato de ser decisivo.
- É um sentimento especial jogar contra o Santos, até por ser da cidade, tenho muitos amigos ali, mas minha história no futebol foi praticamente fora. O que faz (a partida) ser especial é a importância desse jogo para a gente.
Dutra espera que a partida seja tão especial quanto foi a última dele em São Januário. Contra o Joinville, na última sexta-feira, o atacante fez seu primeiro gol com a camisa do Vasco, na terceira partida seguida como titular (veja no vídeo acima). Um feito bastante comemorado pelo jogador, que lembrou das dificuldades que enfrentou durante o ano até assinar com o Cruz-Maltino – ele estava sem jogar desde janeiro, envolvido num imbróglio judicial com o Al Arabi, do Catar.
- Foi uma felicidade muito grande, ainda mais por ter sido em São Januário. Eu estava buscando esse gol, queria muito. Venho treinando muito forte desde que cheguei, fazendo todo o trabalho para recuperar esse tempo em que fiquei parado. (O tempo inativo) foi um momento de aprendizado para mim. Busquei estar perto da família. Momento de paciência extrema. Tive que ter paciência para resolver minha situação no Catar, depois acertar os detalhes aqui. Mas tudo aconteceu no tempo certo.
Adaptação ao Rio com a família
No Rio Janeiro, Dutra garante que a adaptação tem sido rápida. Em campo, já atuou como centroavante e como ponta, sem predileção por função, e vê evolução em sua condição física após um período no Caprres.
Fora de campo, o jogador trouxe os pais para ajudá-lo nos primeiros meses, além da namorada. Segundo ele, a semelhança da Cidade Maravilhosa com Santos acelerou o processo, mas ele ainda não conheceu muito a cidade. Ainda passa a maior parte do dia em São Januário, treinando para evoluir mais fisicamente.
- As coisas vêm acontecendo. A cada jogo vejo que tem algum ponto melhorando, tenho me sentido melhor. O pessoal tem feito um trabalho muito bom comigo, e os resultados já começaram a aparecer.
Com Junior Dutra, o Vasco enfrentará o Santos nesta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), em São Januário, pelo jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil. O Cruz-Maltino perdeu o primeiro jogo por 3 a 1, e pode avançar em caso de vitória por 2 a 0 ou por diferença mínima de três gols.
Fonte: GloboEsporte.com