Futebol Paralímpico: Após bronze, jogadores lamentam exclusão do futebol de 7 dos Jogos Paralímpicos a partir de 2020

Domingo, 18/09/2016 - 14:34
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Ao deixar o gramado do Estádio de Deodoro, nesta sexta-feira, os jogadores da seleção brasileira de futebol de 7 experimentavam uma mistura de sentimentos. De imediato, a felicidade pela conquista da medalha de bronze, depois da vitória por 3 a 1 sobre a Holanda. Além dela, a decepção por saber que a cena não se repetirá daqui a quatro anos, em Tóquio.

O Comitê Paralímpico Internacional decidiu tirar a modalidade — destinada a atletas com paralisia cerebral — do programa dos Jogos por julgar que não há apelo suficiente.

— Ficamos muito tristes com essa decisão. Vimos aqui em Deodoro que existe torcida para o futebol de 7, fomos abraçados pela galera — lamenta o meia Felipe Rafael.

Já Leandrinho espera uma reviravolta no futuro:

— Vamos continuar trabalhando e torcendo para que a modalidade possa voltar aos Jogos em 2024.

Os jogadores ganharam a solidariedade do ex-lateral-direito Cafu, que participou da entrega das medalhas:

— Gostaria que a modalidade continuasse na Paralimpíada para que esses moleques tivessem uma esperança, uma motivação a mais. Eles esperam tanto por momentos como esse...

Na decisão, a Ucrânia derrotou o Irã por 2 a 1 e ficou com a medalha de ouro.

Juntos, Leandro Amaral e Di María brilham

Dois nomes muito conhecidos — mas rostos nem tão familiares — fizeram bonito na vitória brasileira: Leandro Amaral e Di María.

O camisa 11, apelidado de Leandrinho, marcou os três gols da partida e coroou sua ascensão meteórica: ele está há menos de um ano na seleção. Apesar da paralisia cerebral decorrente de complicações no parto, o meia tentou uma carreira no futebol convencional. Mas uma grave lesão no joelho direito, em 2009, frustrou seus planos:

— Esse bronze também tem gosto de vitória. A minha deficiência já dificultava, mas, com a lesão, pensei que não voltaria a jogar futebol.

O outro destaque da partida se chama Diego, mas, entre os companheiros e até no uniforme, já virou Di María, craque argentino do PSG.

— Colocaram esse apelido em mim no meu primeiro dia no Vasco, por conta da aparência. Uma vez, meu pai chegou no clube procurando um Diego e ninguém sabia quem era — diverte-se.

Fonte: Extra Online