Comparações
Muitas reportagens têm sido veiculadas sobre a presença de público nos jogos do Vasco nesta desinteressante Série B, que o clube só disputa por ter sido garfado em 14 pontos no Campeonato Brasileiro do ano passado (se nos garfassem em “apenas” 11 não teríamos caído).
No Campeonato Carioca deste ano, o Vasco nos jogos em São Januário teve os seguintes públicos pagantes desde a primeira rodada da competição, excluindo clássicos:
31/01 – Vasco 4 x 1 Madureira – Público Pagante: 7.905
10/02 – Vasco 2 x 0 Volta Redonda – Público Pagante: 4.986
25/02 – Vasco 2 x 2 Friburguense – Público Pagante: 2.180
13/03 – Vasco 2 x 0 Bangu – Público Pagante: 3.943
03/04 – Vasco 1 x 1 Volta Redonda – Público Pagante: 4.443
09/04 – Vasco 1 x 0 Madureira – Público Pagante: 4.329
Média de público: 4.631
Se incluirmos os três clássicos realizados em São Januário no estadual a média aumenta ainda mais e chega a 6.205 pagantes por jogo.
Na Série B deste ano, a segundona, o Vasco passeia desde a sua estreia e até por isso relaxou em vários jogos, mas sem que deixasse de ser líder numa rodada sequer. Enquanto havia ainda a manutenção da invencibilidade histórica do clube, iniciada em novembro de 2015 e encerrada sete meses depois, os vascaínos ainda compareciam de forma razoável. Na quarta rodada contra o Bahia, a maior presença de público pagante na competição em jogos realizados no estádio de São Januário: 7.757 torcedores.
Após a derrota para o Atlético-GO em Cariacica foi perceptível o total desinteresse do público numa competição em que quando o Vasco ganha é “obrigação”, quando empata é “resultado ruim” e quando perde é “vexame”.
Exageros à parte, o fato é que após a derrota para o Paysandu (a primeira em São Januário na temporada), jamais o público pagante chegou a 5 mil torcedores em sete oportunidades e nas mais diversas circunstâncias.
Como justificar, por exemplo, a presença de 3.035 pagantes apenas contra o Paraná, em partida válida pela 13ª rodada, quando o Vasco vinha de duas vitórias fora de casa, diante de Londrina e CRB (esta última com direito a golaço olímpico de Andrezinho)? Na ocasião a equipe comandada por Jorginho tinha cinco pontos de frente para o vice-líder e oito para o quinto colocado. O treinador chegou a dizer que contava com a presença de um bom público para o confronto diante da equipe paranista, mas nada levaria mais o torcedor cruzmaltino a frequentar São Januário em jogos da referida competição.
O time começou a cair de produção na Série B, desde a derrota para o Paraná, mostrando clara falta de motivação, e colheu nos últimos 14 jogos do certame 5 vitórias 5 empates e 4 derrotas. Algo desproporcional se consideradas as 12 primeiras partidas, nas quais foram obtidas nove vitórias, um empate e sofridas apenas duas derrotas.
A equipe é a mesma, os adversários não mudaram grande coisa, o Vasco é líder de ponta a ponta, mas o torcedor vê numa conquista de segundona algo sem a menor importância (no que concordamos), mas comprova, por outro lado, quão importante para o clube foi a conquista do Bicampeonato Estadual, ainda mais como este se deu, isto é, de forma invicta, bem como a importância dada à invencibilidade histórica alcançada neste ano.
De fato, a média de público nos 12 jogos realizados em São Januário pela Série B, até agora, alcança apenas 4.312 torcedores.
Nenhuma partida da segundona teve o público pagante da estreia do Vasco diante do Madureira no Estadual, ocasião na qual o ingresso de inteira na arquibancada custou R$50,00 e de inteira na social R$80,00.
Por outro lado, o menor público pagante em São Januário visto no Campeonato Estadual, diante do Friburguense, ocasião na qual atuamos com um time misto, ainda foi maior que duas das 12 partidas jogadas na Série B, no caso contra Vila Nova-GO e Joinville.
Espera-se, e teremos, um ótimo público para o jogo contra o Santos pela Copa do Brasil. Até aqui a média de público na competição é de apenas 3.689 pagantes.
Finalmente um último dado interessante:
No último título carioca invicto conquistado pelo Vasco antes deste, em 1992, quando a equipe composta por Carlos Germano, Luís Carlos Winck, Tinho (Torres), Jorge Luís, Cássio (Eduardo), Leandro Ávila, Luisinho, Carlos Alberto Dias (Geovani), Bismarck (William), Edmundo, Roberto Dinamite (Valdir) atuou 16 vezes em São Januário, disputando em seu campo os seis clássicos contra Botafogo, Flamengo e Fluminense, a média de público foi inferior a obtida no Estadual de 2016. Naquela oportunidade chegou a 5.857 pagantes, enquanto nesta temporada, em 9 jogos, alcançou 6.205 pagantes.
Casaca!
Fonte: Casaca