No início do ano passado, uma reunião do Comitê Paralímpico Internacional (IPC - sigla em inglês) determinou a retirada do futebol de 7 do programa paralímpico. Presente na Paralimpíada desde 1984, a modalidade terá o seu último ato nos Jogos nesta sexta-feira, quando acontecem as finais da Rio 2016. Goleado pelo Irã na semifinal, o Brasil enfrenta a Holanda às 14h, na disputa do bronze. Pouco depois, às 17h, iranianos e ucranianos duelam pela medalha de ouro.
- Foi uma notícia muito triste saber da saída do futebol de 7 da Paralimpíada. Nós brigamos muito para ter mais espaço para o nosso esporte e agora acontece isso. Só que temos que pensar no agora e buscar essa medalha a qualquer custo para nos despedirmos dos Jogos Paralímpicos do melhor jeito - afirmou o meia-atacante Maycon.
O motivo alegado para a retirada do futebol de 7 do programa paralímpico foi a ausência de praticantes da modalidade em alguns continentes, o que fere o princípio da universalidade proposto pelo IPC. Favorita ao ouro nesta sexta, a Ucrânia é tida como maior potência desse esporte ao lado da Rússia, banida da Rio 2016 devido a um escândalo de doping envolvendo todo o esporte russo. África e Ásia (à exceção do Oriente Médio) têm poucos praticantes. Nas Américas, o Brasil é dominante, com Argentina e Estados Unidos brigando pelo posto de segunda maior seleção.
Gerido internacionalmente pela CP-ISRA (Associação Desportiva e Recreativa Internacional de Paralisia Cerebral) e no Brasil pela Ande (Associação Nacional de Desporto para Deficientes), o futebol de 7 ainda tentará uma última cartada para estar nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. O caminho é o mesmo seguido por surfe, skate, beisebol, escalada e caratê, incluídos num pacote de modalidades extras a serem disputadas na Olimpíada do mesmo ano.
- Nossa ideia é incluir o futebol de 7 nos mesmos moldes das cinco modalidades incluídas na Olimpíada de Tóquio. Em novembro do ano passado, tentamos reverter a retirada numa reunião com o COI e com CP-ISRA, mas não tivemos êxito. Sabemos que é difícil mudar essa decisão, mas vamos continuar trabalhando até onde der - comentou o coordenador da seleção brasileira de futebol de 7, Hélio dos Santos.
Em meio à crise política que vive a modalidade, o Brasil tenta juntar os cacos da humilhante derrota da semifinal para sair da Rio 2016 com o bronze. Virada a página da goleada sofrida para o Irã, a seleção espera vencer a Holanda e conquistar a sua terceira medalha paralímpica na modalidade - o país foi prata em Atenas 2004 e bronze em Sydney 2000.
- Nesse momento, a melhor recuperação para a derrota da semifinal seria o bronze. A medalha é uma coisa mais importante numa Paralimpíada. São oito seleções e você chegar em terceiro lugar é bastante gratificante - concluiu o técnico Paulo Cabral.
Fonte: GloboEsporte.com