Com uma doença degenerativa grave, a nadadora Susana Schnarndorf teve que lutar bastante para chegar às Paralimpíadas Rio 2016. Sofreu uma queda física enorme nos últimos dois anos, precisou passar por uma reclassificação e, mesmo assim, ainda tem tido dificuldades para acompanhar as adversárias na classe S5. Mas todo o esforço foi recompensado nesta sexta-feira, quando a gaúcha de 48 anos teve a oportunidade de subir ao pódio pela primeira vez nos Jogos, com a prata conquistada no revezamento 4x50m livre misto até 20 pontos, ao lado de Daniel Dias, Clodoaldo Silva e Joana Neves.
- Sem palavras isso. Várias vezes eu fiquei com medo de não conseguir chegar até aqui. De não estar viva para isso, esse momento para a minha família, para o povo brasileiro. Mas a gente está aqui. É uma honra representar esse revezamento ao lado do Clodoaldo, do Daniel. A gente fez o nosso melhor - afirmou a atleta, que não conseguiu segurar as lágrimas ao sair da piscina.
Ex-triatleta, Susana chegou a conquistar cinco títulos brasileiros na modalidade e participou de 13 provas de Iroman. Mas descobriu há 12 anos que tinha Atrofia de Múltiplos Sistemas (MSA), doença degenerativa rara que vai diminuindo gradativamente o movimento, a respiração e outras funções do organismo.
A atleta encontrou na natação paralímpica uma oportunidade de continuar no esporte e apareceu com muito destaque em 2013, quando foi medalhista de ouro nos 100m peito e bronze nos 400m livre S6 no Mundial de Montreal. Porém, as condições físicas foram piorando ao longo dos anos e, em 2015, no Mundial da Escócia, já não conseguiu repetir o bom desempenho. Ela foi então reclassificada para a classe S5, mas mesmo assim tem tido dificuldades. Em sua primeira prova no Rio, os 200m livre, foi a nona colocada. Ela ainda terá outras três provas nos Jogos: 50m livre S5, 100m peito SB5 e 200m medley SM5.
Clodoaldo e Susana festejam a medalha de prata |
Joaninha, Daniel, Clodaldo e Susana exibem suas medalhas de prata |
Fonte: GloboEsporte.com