Nos últimos jogos, Vasco vem tendo mais posse e menos finalizações do que em fase boa

Terça-feira, 06/09/2016 - 08:21
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O discurso dos jogadores do Vasco para analisar o período sem vitórias cita frequentemente um mesmo tema: detalhes impedem o time de conseguir melhores resultados. Os atletas têm certa razão. Analisando as estatísticas do Cruz-Maltino nos cinco tropeços em sequência na Série B com a série anterior, em que a equipe de Jorginho liderou com folga o torneio, a conclusão é curiosa: o Gigante da Colina melhorou todos os índices, exceto as finalizações.

Nas últimas cinco partidas, que compreendem empates com Ceará, Sampaio Corrêa e Tupi, além de derrotas para Vila Nova e Bahia, o Vasco teve mais posse de bola, trocou mais passes, acertou mais cruzamentos e desarmou mais, em média, do que nos outros 18 jogos da Série B. A diferença está nas finalizações: houve queda na eficiência, com 4,6 acertos por jogo contra 5,7 dos tempos áureos.

- A gente está buscando as vitórias. Acho que estamos jogando bem, mas pecando em detalhes, principalmente na bola parada. Precisamos de um pouco mais de atenção. A equipe está se entregando, lutando. Esses detalhes estão fazendo a diferença para que a gente não consiga vencer. Temos que levantar a cabeça para manter a liderança – disse Yago Pikachu, após o empate com o Tupi.

O dilema do ataque

O aumento da posse de bola, com mais passes trocados, aliado à redução de acerto nas finalizações indica que um dos problemas do Vasco tem sido ofensivo. Apesar de ter o controle territorial do jogo, o time não consegue traduzir isso em oportunidades de gol.

Conta muito, neste caso, o fato de Nenê, artilheiro e principal referência técnica do Cruz-Maltino, ter desfalcado a equipe em dois dos últimos cinco jogos. Outro indício é o revezamento no ataque: Thalles, Leandrão, Eder Luis, Ederson e Jorge Henrique têm se alternado no setor ofensivo, sem grande desempenho – nenhum deles balançou as redes durante o jejum vascaíno na Série B.

A posse de bola também pode ser relativizada. Nos cinco tropeços, o Vasco saiu atrás no placar em três deles – contra Tupi, Vila Nova e Bahia. Naturalmente, precisou tomar a iniciativa da partida, enquanto os adversários, inferiores tecnicamente, se fecharam. Neste período, a equipe teve, em média, 59,8% do tempo de jogo com a bola. Para Jorginho, o time pecou na falta de pegada nos jogos recentes, tendo evoluído contra o Bahia.

- Nossa equipe deixou de ter uma pegada forte. Realmente pega em conjunto, faz uma pressão em conjunto, isso eu vinha cobrando e aconteceu contra o Bahia. Poderíamos ter empatado, não merecíamos a derrota. A equipe buscou o resultado. Não foi falta de criatividade – analisou o treinador.

Naturalmente, os números não explicam tudo que acontece em campo. Alguns dos problemas apontados em São Januário não podem ser medidos, especialmente a falta de concentração entre os jogadores, algo que cresceu conforme o elenco tornou “fácil” a campanha da Série B, com liderança folgada. Na última sexta-feira, antes do jogo com o Bahia, o lateral-esquerdo Julio Cesar tentou explicar o que acontece com a equipe e deu como exemplo a sequência de partidas contra Santos, pela Copa do Brasil, e Tupi, pela segunda divisão.

- A gente se cobra muito. Temos consciência de o que time não é de Série B, é para brigar na Série A. Não sei se houve relaxamento, é difícil, a gente ainda não detectou isso. Importante é que estamos cientes para melhorar. Conversamos isso: estávamos jogando contra o Santos na Vila Belmiro e dois dias depois enfrentamos o Tupi, num gramado ruim, jogo de muita dificuldade. Tem que trabalhar bastante o psicológico do jogador para entrar motivado.

Em busca do acerto nos detalhes e da melhora na questão psicológica, o Vasco tem a semana inteira para treinar, trabalhar e corrigir os problemas. O próximo jogo da equipe é contra o Oeste, no sábado, em São Januário.

Os números do Vasco nos últimos cinco jogos (3 empates e 2 derrotas):

Posse de bola: 59,8%
Finalizações: 4,6 / 13,4 = 34,3%
Passes: 409 / 451,2 = 90,6%
Cruzamentos: 6,4 / 26,4 = 24,2%
Desarmes: 15,8
Faltas: 12,2
Cartões amarelos: 2,6
Fonte: FootStats

Os números do Vasco nas 18 primeiras rodadas da Série B:

Posse de bola: 53,5%
Finalizações: 5,7 / 12,6 = 45,2%
Passes: 326,9 / 366,2 = 89,2%
Cruzamentos: 5,8 / 23,8 = 24,3%
Desarmes: 14,1
Faltas: 12,7
Amarelos: 2,8
Fonte: FootStats




Fonte: GloboEsporte.com