Eder Luis: 'Minha história aqui ainda não acabou, ela está em construção'

Quinta-feira, 18/08/2016 - 14:27
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Com uma base formada desde a arrancada contra o rebaixamento do ano passado, o Vasco tem uma equipe titular que o torcedor conhece bem. Mesmo assim, há quem tenha uma presença no time, mesmo sem começar as partidas. Como no caso de Éder Luis, um dos jogadores que mais jogaram pelo Gigante da Colina em 2016. O Chico Bento é o décimo primeiro do atual elenco em aparições na temporada, com 30 jogos vestindo a camisa da Cruz de Malta. Rodrigo é o mais atuante, com 38 dos 43 compromissos do Vasco no ano.

Apesar de ter entrado como titular apenas oito vezes, o atacante vem se mostrando uma alternativa para Jorginho. Em contato com o GloboEsporte.com, Éder apontou o trabalho como motivo de seu maior aproveitamento durante as partidas.

– Acho que isso é a demonstração do que tenho passado para comissão, de que eles podem confiar em mim. Eu tenho buscado isso. É uma recompensa de algo que procurei e que estou sempre em busca. Eu estou correndo atrás de dois anos e pouco de inatividade. Então é um trabalho incansável para voltar à antiga forma e hoje posso dizer que estou muito próximo dela.

A inatividade a que ele se refere foi por causa de uma grave lesão. Durante dois anos, Éder foi emprestado ao Al Nars, dos Emirados Árabes. Por lá, machucou o joelho direito, o que fez o mineiro de Uberaba ficar tanto tempo parado. Ele voltou a jogar pelo Vasco em setembro de 2015, na derrota para o São Paulo, em Brasília, e atuou mais quatro vezes no ano passado.

Mas, ao que parece, esse período de lesões ficou para trás. Hoje, Éder afirma estar livre dos problemas no joelho e nomeou alguns responsáveis pela sua recuperação.

– Eu me sinto muito bem. Estou feliz pois desde quando voltei não fiquei fora de treinos por causa do joelho, que era uma preocupação muito grande. Mas isso é fruto de um trabalho muito árduo. Lógico que contei com a ajuda de muitos profissionais qualificados e com a estrutura do Caprres. O Alex, o Holf, o Rodrigo, o Márcio, os preparadores físicos Joelton Urtiga e Fábio Ganime... Enfim, é bastante gente envolvida pra que a gente consiga ter esse resultado.

Protagonista do último título nacional do clube, a até então inédita Copa do Brasil, Éder se diz privilegiado. Tanto por fazer parte do antigo Trem Bala da Colina quanto por participar da atual equipe campeã carioca invicta. Perguntado se o Vasco é o clube na qual passou em que mais se identifica, ele foi direto.

– Hoje o Vasco faz parte da minha vida por completo. Um clube onde estou há muito tempo, onde tive conquistas importantes, quase fomos campeões brasileiros, numa temporada muito disputada com o Corinthians em que alguns erros de arbitragem acabaram nos tirando a possibilidade da conquista. Posso dizer que me sinto privilegiado de ter feito parte de dois grupos diferentes e vencedores aqui no Vasco. Tanto aquele que conquistou a Copa do Brasil, quanto esse que conquistou o estadual de forma invicta neste ano.

Com contrato até dezembro de 2017, o “Chico Bento” afirma que ainda tem muito a fazer pelo Gigante da Colina, e agradece o apoio que vem das arquibancadas na sua volta ao futebol.

– Mas minha história aqui ainda não acabou, ela está em construção. Só tenho a agradecer, principalmente ao torcedor que nesse meu retorno me apoiou, passando confiança pra eu retomar minha vida profissional.

Confira na íntegra a entrevista de Éder Luis:

Nesse período olímpico, o Vasco folgou quase uma semana. Esse tempo foi positivo para o elenco e, especificamente, para você?

– Sem dúvida. Eu acredito que um descanso é importante. Inclusive acho que se houvesse uma possibilidade no nosso calendário, de adotarmos uma pequena parada no meio da temporada, todos sairiam ganhando. As equipes ganhariam um tempo para recuperar os jogadores mais desgastados, os lesionados, e buscar um equilíbrio maior para reta final das competições. O espetáculo ganharia muito em qualidade, pois o que vemos normalmente são as equipes chegando cansadas e desfalcadas nos momentos mais importantes. Eu sei que isso é complicado de se pedir de forma definitiva então por isso procuro aproveitar da melhor maneira essas pequenas oportunidades quando aparecem.

Returno começa com o confronto do líder contra o lanterna. No primeiro jogo 4x0 Vasco, será que vem nova goleada?

– Eu acredito que agora vamos entrar numa fase mais difícil da competição. Aquele resultado da primeira rodada foi até uma surpresa para nós. Acho que ali soubemos aproveitar algumas possibilidades que a equipe do Sampaio Correia ofereceu. Fomos felizes, nem sempre é assim. Outro fator importante foi que, mesmo fora de casa, nós conseguimos trazer o torcedor para o nosso lado. Era um início, de muita expectativa, e conseguimos começar com o pé direito, mostrando que o Vasco vinha forte para garantir o acesso.

Como você está fisicamente? Aguenta 90 minutos? E o que o Caprres fez pela sua recuperação física?

– Eu me sinto muito bem. Estou feliz pois desde quando voltei não fiquei fora de treinos por causa do joelho, que era uma preocupação muito grande. Mas isso é fruto de um trabalho muito árduo, que eu encarei com dedicação e estou tendo êxito. Lógico que contei com a ajuda de muito profissionais qualificados e com a estrutura do Caprres. O Alex, o Holf, o Rodrigo, o Márcio, os preparadores físicos Joelton Urtiga e Fábio Ganime... Enfim, é bastante gente envolvida pra que a gente consiga ter esse resultado. Sou grato a eles.

Este ano você fez um gol depois de 918 dias. Qual a importância de fazer gols para você, que é um atacante?

– É claro que os gols são importantes e acho que essa cobrança vem por aquilo que já fiz pelo Vasco. Cheguei ao clube num momento de dificuldade (em 2010), em que a equipe havia acabado de voltar para Série A e vinha enfrentando dificuldades com um elenco de excelentes jogadores, porém muitos jovens. A cobrança era grande. Cobram-me por aquilo que sabem que posso fazer. Mas eu pessoalmente não carrego isso comigo para o campo. Minha preocupação é somente jogar bem, servir meus companheiros, ajudar a equipe. Se essa ajuda vier em forma de gols, ótimo. Se não, o importante é me sentir útil para as vitórias.



Fonte: GloboEsporte.com