Após negociar o chileno Claudio Bravo com o Manchester City, o Barcelona está muito próximo de fechar com um novo goleiro: o brasileiro Diego Alves, do Valencia.
Nesta quarta-feira, a própria diretoria dos "Morcegos" já admitiu, em coletiva, que o jogador revelado pelo Botafogo de Ribeirão Preto já tem "sinal verdade" para ir para a Catalunha.
Segundo explicou o diretor do Valencia, García Pitarch, o clube não tem condições de dar o aumento prometido a Diego, e por isso prefere negociá-lo.
Em troca, a equipe da terra da paella receberia o meia Samper e o atacante Munir, revelados na base do time catalão, por empréstimo.
"Em janeiro, o agente de Alves disse que o jogador queria um aumento até o teto salarial do clube, já que isso havia sido prometido pelo presidente anterior. Como a situação (financeira) do clube não é adequada, disse a Diego e seus empresários que não conseguiríamos", explicou.
"Por isso, nós o liberamos para buscar um novo clube que pudesse atender suas exigências, já que o Valencia não consegue", salientou.
Com isso, o atleta, que também passou por Atlético-MG e Almería durante sua carreira, pode se tornar o segundo goleiro brasileiro da história do Barça.
O primeiro foi Jaguaré Bezerra de Vasconcelos, que defendeu a equipe culé por 16 partidas amistoso entre 1931 e 1932 - época em que atletas estrangeiros não eram autorizados a jogar duelos oficiais na Espanha.
Ele foi descoberto pelos blaugranas durante um amistoso com o Vasco, em 1931, e ficou na Europa para fazer algumas partidas pelo Barcelona, ao lado do atacante Fausto dos Santos, o "Maravilha Negra". Como eles recusaram a naturalização espanhola, contudo, tiveram que voltar ao Brasil.
Antes de brilhar pelo clube Cruz-Maltino, Jaguaré trabalhou como estivador no porto do Rio de Janeiro antes de virar futebolista, e ficou marcado por seus malabarismos com a bola, além de ter sido um dos primeiros arqueiros a usarem luvas, como conta o próprio site oficial da equipe carioca, em perfil do atleta.
"Jaguaré foi estivador no cais do porto, antes de ser levado para um teste em São Januário e conseguir uma vaga no Clube como jogador. O humilde arqueiro acabou com o treino que serviu como avaliação para seu ingresso na Colina. A partir daí o ídolo só cresceu. No mesmo ano, além de entrar para o time vascaíno, também conquistou vaga na seleção brasileira. Em 1929 conquistou o campeonato carioca", relata o Vasco.
"O goleiro ficou marcado por jogadas marcantes e folclóricas. Costumava rodar a bola na ponta do indicador após cada defesa, e em muitas das vezes o fazia com uma só mão, inclusive nos pênaltis, segundo alguns historiadores do futebol. Levantava a torcida em São Januário quando realizava uma defesa, e logo após jogava, de surpresa, a bola contra a cabeça do atacante adversário e a agarrava novamente", completa.
Fonte: ESPN.com.br