Quem acompanhou as entrevistas de Ágatha e Bárbara após a histórica vitória contra as americanas Walsh e Ross viu que as brasileiras falaram bastante sobre a blindagem que tiveram às véspera da partida. Mas de onde saiu esse foco?
Pois o que pouca gente sabe é que a voz por trás desse trabalho mental das atletas: trata-se da psicóloga Maíra Ruas, 33 anos, indicada às jogadoras pelo futebolista holandês Seedorf em 2013.
Na ocasião, as brasileiras treinavam em Saquarema quando encontraram o Botafogo realizando sua pré-temporada. Já em trabalhos de olho na Olimpíada, a dupla ouviu do astro holandês que deveriam investir no trabalho da profissional.
E não é que deu certo?
Maíra Ruas hoje trabalha com o Vasco da Gama, sendo considerada por funcionários do futebol cruzmaltino como fundamental por vários bons momentos da equipe recente, como a recente invencibilidade contra o arquirrival Flamengo.
Afinal, foi após a profissional começar a realizar seu trabalho em São Januário que chegou ao fim o jejum de dez partidas diante do rival rubro-negro, entre agosto de 2012 e março de 2015.
Além do Gigante da Colina, a psicóloga de 33 anos - que começou a carreira esportiva no próprio Vasco, mas no futsal - e ainda passou pelo departamento de futebol do Botafogo entre 2006 e 2012, além de ter trabalhado em Vitória e Bahia, em 2013 e 2014.
Entre seus feitos no time de Caio Martins pode ser mencionada, segundo relatos de quem conviveu com a psicóloga, a devolução da autoestima ao elenco do Botafogo após o episódio do chororô, na final da Taça Guanabara perdida para o Flamengo.
No Vasco, ela dá seus pitacos até nos temas das preleções e na elaboração de vídeos, sendo considerada peça fundamental no departamento de futebol.
Agora, seu sucesso chegou à Olimpíada.
Pois foi graças a ela que Bárbara e Ágatha venceram a até então invencível Walsh - atual tricampeã olímpica e então dona de um histórico de 26 vitórias e nenhuma derrota nos Jogos - e sua dupla Ross - prata em 2012.
"Depois que passamos pelas russas todos perguntaram como era jogar contra uma tricampeã olimpica e decidimos se fechar para não entrar nessa onda. A gente se blindou e não entrou nessa onda do favoritismo das americanas", explicou Ágatha.
"Foi uma coisa muito boa o que fizemos, de focar partida a partida. Mas a gente se blindou e conseguiu. Graças a esse trabalho que fazemos desde 2013 com a nossa psicóloga", continuou a atleta.
Bárbara e Ágatha decidem o ouro do vôlei de praia às 23h50 desta terça-feira, em Copacabana, contra as alemãs Ludwig e Walkenhorst, dupla número 1 do ranking mundial e que eliminou Larissa e Talita na semi.
Fonte: ESPN.com.br