Dois torcedores foram impedidos de assistir a vitória do Brasil sobre a Sérvia no polo aquático masculino com as camisetas que vestiam, porque elas tinham marcas de empresas que não são patrocinadoras dos Jogos Olímpicos Rio-2016.
Arthur Sotero e Thiago Fortes, ambos estudantes universitários de 21 anos, estavam vestidos com as camisetas do Flamengo e do Vasco, respectivamente. A camiseta flamenguista trazia a marca da Caixa Econômica Federal, concorrente do Bradesco, um dos maiores patrocinadores dos Jogos. A vascaína, a marca da Eletrobrás.
No começo da partida entre Brasil e Sérvia, na quarta-feira, eles foram abordados por uma voluntária, que lhes pediu para tirar as camisas ou virá-las do avesso.
A voluntária afirmou que tinha recebido ordens da organização dos Jogos. Segundo ela, embora muitos outros torcedores também estivessem vestidos com camisetas de clubes de futebol no Maria Lenk, apenas Arthur e Thiago deveriam trocar de camisa porque haviam sido filmados pelas câmeras de TV.
Quando os dois questionaram a ordem, ouviram que a segurança seria chamada. Para evitar confusão, preferiram vestir outras camisas por cima das dos clubes. “Isso é inconstitucional”, disse Thiago, que é estudante de direito. “Mais um pouco e já podemos estabelecer que vivemos em uma ditadura".
“Essa situação é meio ridícula”, disse Arthur, já com uma camisa social cobrindo a rubro-negra. “Se eu não tivesse trazido outra, teria que virar a minha do avesso".
"A gente combinou de sair vestido cada um com um time e até brincou que ia aparecer na TV, passando uma mensagem de união e paz", afirmou Thiago. "Aí deu nisso".
Procurado, o comitê organizador da Rio-2016 não respondeu aos questionamentos da reportagem até a publicação deste texto.
Fonte: UOL