A piada de Bruno Rosa, o Sapo, sobre Ramon Martire, o Mamão, mostra bem o espírito entre os dois. Eles se conhecem desde 2006, foram companheiros de time no basquete, no futebol americano de praia e de grama. Mais do que colegas, são amigos. Mas, neste domingo, pela primeira vez estarão frente a frente. Mamão é quarterback do Botafogo Reptiles, e Sapo é cornerback do Vasco Patriotas, e as duas equipes disputam o clássico no futebol americano às 14h, na Vila Olímpica de Caxias.
Depois de se conhecerem nas categorias de base do basquete do Mackenzie em 2006, os dois viraram realmente amigos em 2008, quando Ramon entrou para o Red Lions, time de futebol americano de praia que Sapo já defendia. Na grama, foram companheiros de equipe por cinco anos, incluindo Rio de Janeiro Imperadores, Fluminense Imperadores e Flamengo FA. No ano passado, os dois deixaram o Rubro-Negro, com o quarterback indo para o Botafogo, e o cornerback defendendo o Jaraguá Breakers antes de chegar ao Vasco.
- Mesmo quando ele foi jogar no Jaraguá Breakers ainda nos encontrávamos nos camps e jogos da seleção brasileira. Nas viagens da seleção sempre dividimos os quartos, puxamos as músicas nos ônibus, os trotes. E dentro de campo tentando ser referência em nossas posições. Já fui também um "Atleta do Sapo" um projeto onde ele fazia uma parceira com alguns atletas do Rio treinando com ele... Então nossas vidas esportivas e pessoais acabaram sempre se entrelaçando. Esse domingo vai ser a primeira vez que vou jogar contra ele. E contanto que ele não faça uma interceptação para cima de mim, nossa relação vai continuar sendo sempre assim (risos). Torço muito por ele dentro e fora de campo, tenho um carinho enorme por ele e espero que possamos jogar juntos pela seleção muitas vezes mais – contou Mamão.
Para Sapo, o primeiro confronto com o amigo será um desafio grande não só pela qualidade do quarteback da seleção brasileira, mas também porque os dois já treinaram juntos muitas vezes e se conhecem bem.
- O Ramon é talvez o QB mais sangue frio com quem já joguei, contra ou a favor, pois sabe das suas qualidades. Ele é capaz de arremessar uma bola errada, mas ter certeza que não vai errar a próxima e lançar a mesma jogada, quando todos esperariam outra coisa, ou não tentariam de novo. Será um desafio enorme jogar contra ele, pois da mesma forma que eu conheço as qualidades e defeitos dele, ele também conhece os meus. E se eu jogar muito bem, quer dizer que ele não jogou, e se ele jogar muito bem, quer dizer que não joguei. Por anos, enquanto companheiros de time, era um dos primeiros a descer para aquecer e aproveitava para chamar ele para aquecer comigo. Além de primeiros em dias de jogos, por diversas vezes chegamos mais cedo nos treinos para começar antes e treinar detalhes. Tenho enorme admiração pelo jogador e pela pessoa que se tornou, mas espero atrapalhar os planos dele neste domingo – brincou Sapo.
Fonte: Blog Overtime - GloboEsporte.com