Antes dada como certa, a participação dos brasileiros na Liga Sul-Americana de Clubes agora é uma incógnita. O recuo acontece após reunião convocada pelo presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Reinaldo Carneiro Bastos, com os clubes paulistas.
O dirigente assumiu recentemente um cargo no Comitê Executivo da Conmebol e prometeu, em reunião com Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos, aumentar a representatividade dos brasileiros nos campeonatos sul-americanos, conforme apurou o UOL Esporte.
O encontro, inclusive, foi convocado após o cartola tomar conhecimento do encontro dos paulistas para tratar do assunto.
Com boa relação com a diretoria da Conmebol, Reinaldo, que também é diretor da CBF, afirmou que representará não só os paulistas, mas que poderá intervir nos assuntos em nome de todos os brasileiros. O encontro foi tratado pelos clubes como um recado que a criação de uma nova Liga pode ser desnecessária neste momento. A FPF nega que tenha pedido o fim da Liga.
A promessa fez os clubes repensarem a adesão à Liga, especialmente com receio de sofrer retaliações. Consideram que criar um grupo paralelo à Conmebol neste momento pode não ser a atitude mais interessante politicamente em um momento de renovação da entidade sul-americana.
Há clubes, no entanto, que duvidam da veracidade desta renovação e apontam que ainda não ouviram explicações sobre contratos fraudulentos feitos no passado, que resultaram até em prisão de dirigentes. Alguns destes documentos, inclusive, ainda estariam em vigor.
Além dos paulistas, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG, Internacional e Grêmio também discutem a entrada na Liga Sul-Americana. Os clubes têm adotado a política de tomar decisões em bloco.
Por causa disso, ainda não decidiram se irão ao Uruguai na reunião da próxima terça-feira, dia 19 de julho. Lá, os clubes sul-americanos se reunirão para o lançamento oficial do grupo, que terá Montevidéu como sede. Clubes como Boca Juniors, River Plate e Peñarol encabeçam a organização.
Em um primeiro momento, a Liga Sul-Americana serviria para que os clubes tenham maior representatividade nas discussões na Conmebol e, posteriormente, poderia organizar os próprios campeonatos, diminuindo a importância da entidade hoje presidida por Alejandro Dominguez, que substituiu Juan Ángel Napout, que foi preso.
Caso decidam por dizer não aos sul-americanos, os 12 clubes admitem criar uma Liga Nacional de clubes.
Fonte: UOL