Desde a saída definitiva de Riascos, o Vasco definiu como sua prioridade a contratação de um atacante. Mais especificamente, de um centroavante. A busca não foi fácil. Desde que resolveu olhar com mais cautela o mercado, a diretoria tinha em mente um planejamento: não fazer loucuras por jogador algum. Ou seja, um reforço que, em termos de salários, não destoasse dos demais do elenco e que não recebesse mais do que o principal jogador do plantel atualmente, Nenê.
O nome de Leandro Damião foi definido como alvo, mas as conversas não foram adiante, e o jogador acertou com o rival Flamengo. A pedida salarial de Damião também não era algo que agradasse ao Vasco. A situação do ex-cruz-maltino Gilberto foi sondada, através de seu empresário, mas nada que animasse e fizesse com que a diretoria de São Januário se empenhasse por sua volta. O atacante foi campeão estadual com o Vasco em 2015.
A dificuldade no mercado fez o Vasco dar a Jorginho um voto de confiança. Foi o treinador que indicou o nome de Junior Dutra, com quem trabalhou no Kashima Antlers, do Japão. A diretoria cruz-maltina assistiu a alguns vídeos do atacante e resolveu confiar na palavra do comandante, que mostrou gostar bastante do jogador. Um dos motivos pelos quais Jorginho optou por permanecer em São Januário diante da proposta do Cruzeiro, em abril deste ano, foi a autonomia dada a ele pelo presidente Eurico Miranda.
Antes de ser aceito em São Januário, Junior Dutra teve o nome vetado pela diretoria em outras oportunidades. No início do ano, quando seu empresário ainda era o Fabiano Farah, foi oferecido ao Vasco, que não estava disposto a gastar para ajudá-lo a sair do Al Arabi, do Catar. Quando Dutra conseguiu a rescisão unilateral alegando salários atrasados, foi oferecido novamente. Jorginho sempre aprovou o nome, mas o Cruz-Maltino não levou adiante. Agora, o empresário de Dutra é Ubiraci Cardoso, o Bira, mesmo de Riascos.
Em entrevista coletiva após o empate com o Santa Cruz, por 1 a 1, pela Copa do Brasil, Jorginho relembrou a questão jurídica e disse que Dutra é polivalente em campo.
- Primeiro tem que ver o fator jurídico. Está saindo do Catar numa questão da Justiça, por não ter recebido salários. É um jogador que trabalhou comigo, de extrema velocidade. Joga em quatro posições ali na frente, pelos lados, meia-atacante de velocidade, atacante também. Característica bem diferente do Nenê. Às vezes sentimos essa necessidade da velocidade. Leandrão é de área, não é tão veloz. Tem o Thalles também. Mas não temos tanta velocidade. Com certeza, se tudo der certo, é uma grande possibilidade para a gente.
A carreira de Junior Dutra no Brasil foi curta. Ele se destacou no Santo André em 2008 e ajudou o time a subir para a Série A - marcou 16 gols na Série B. Em 2009, disputou o Campeonato Paulista e a Primeira Divisão do Brasileiro. No vídeo acima, veja três gols do atacanteno Santo André (São Paulo 0 x 2 Santo André - Campeonato Paulista 2009 / Botafogo 1 x 2 Santo André - Campeonato Brasileiro 2009 / Cruzeiro 3 x 2 Santo André - Campeonato Brasileiro 2009).
Veja os clubes por onde Junior Dutra passou e os números:
Santo André (Brasil)
Kyoto Sanga (Japão)
Kashima Antlers (Japão)
Lokeren (Bélgica)
Al Arabi (Catar)
Total de jogos: 219
Total de gols marcados: 56
Campeonato Brasileiro Série B (2008): 27 jogos / 16 gols
Campeonato Brasileiro Série A (2009): 23 jogos / 2 gols
Campeonato Paulista (2009): 13 jogos / 3 gols
Campeonato Japonês: 53 jogos / 13 gols
Copa do Japão: 13 jogos / 2 gols
Taça Suruga: 1 jogo / 0 gol
Campeonato Belga: 60 jogos / 11 gols
Copa da Bélgica: 9 jogos / 4 gols
SuperTaça da Bélgica: 1 jogo / 0 gol
Campeonato do Catar: 13 jogos / 5 gols
Liga Europa: 6 jogos / 0 gol
Fonte: GloboEsporte.com