Com 10 anos de Vasco, Luan supera drama familiar e mira o ouro nas Olimpíadas

Segunda-feira, 04/07/2016 - 10:35
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A garotada que joga futebol por todos os gramados do Brasil sonha em se tornar um profissional. Uma pequena parte consegue atingir esse objetivo. Uma parcela ainda menor vai atuar por um grande clube e representar o país nas Olimpíadas.

O zagueiro Luan Garcia Teixeira se encaixa nesse seleto grupo. Há 10 anos, o menino capixaba chegava a São Januário com apenas 13 anos e, distante da família, começava a trilhar um caminho de sucesso. O garoto tornou o estádio a sua nova casa. Passou a morar no alojamento do clube e estudou no colégio Vasco da Gama, localizado dentro das instalações.

Depois de boas apresentações, passou a ser visto como uma das grandes promessas do clube. Em 2012, estreou nos profissionais contra o Náutico, fora de casa. Seu primeiro jogo em São Januário pela equipe principal não foi nada como o esperado. O Vasco sucumbiu ao Bahia, que goleou o Cruz-Maltino por 4 a 0.

Aos poucos, ganhava espaço e experiência. Só em 2014 se tornou titular, ao lado do zagueiro Rodrigo. Após sentir uma lesão depois do Carioca, perdeu espaço para Douglas Silva. Em 2015, ganhou nova chance, agora do técnico Doriva, e não saiu mais da equipe.

No Estadual do ano passado, recebeu a notícia de que estava prestes a ser pai. No dia 22 de fevereiro, o Vasco derrotou o Fluminense por 1 a 0, com gol de Luan, de pênalti. Na comemoração, o zagueiro colocou a bola debaixo da camisa e dedicou o tento à esposa grávida.

No entanto, o que seria uma noite mágica virou um drama familiar. Ao chegar em casa, recebeu a notícia de que sua esposa havia perdido o bebê. O duro golpe abalou o zagueiro, que ganhou o apoio dos jogadores, dirigentes e da comissão técnica.

Após o ocorrido, manteve o grande nível das atuações e ajudou o Vasco a conquistar o Carioca, após um jejum de 12 anos sem levantar o caneco. Em 2016, continuou sendo uma das peças-chave do elenco.

A convocação para os Jogos Olímpicos veio com certa surpresa. Apesar de passagens pela seleção sub-20 e a medalha de bronze conquistada no Pan-americano em julho do ano passado, o nome de Luan não figurava na lista para os amistosos da Seleção olímpica.

No entanto, o jogador conta com prestígio com o técnico Rogério Micale e chorou após ver seu nome entre os convocados para os Jogos.

Com 10 anos de Vasco, Luan não deixa de agradecer ao clube por sua formação e ressalta a necessidade de retribuir o carinho da torcida, agora em busca do inédito ouro olímpico.

“Tudo o que eu falo é o que eu sinto. Fico feliz porque o carinho é recíproco. A única maneira de retribuir o carinho é dando a minha vida dentro de meu campo, fazendo com que o clube seja reconhecido assim, seja convocado pela seleção olímpica. Joguei com o Philippe Coutinho, Allan, Rômulo e fico feliz de seguir essa trajetória dessas pessoas vitoriosas no futebol”.



Fonte: Esporte Interativo