Não importa a divisão, os clubes são sempre obrigados a contribuir com a caixinha das Federações. Na Série B do Campeonato Brasileiro, por exemplo, os 20 clubes "doaram" às suas Federações a bagatela de R$ 423.580,62. Quase meio milhão de reais e sem nenhum esforço das entidades. Pior para Vasco e Sampaio Corrêa, líder e lanterna, respectivamente, que deram às suas Federações mais do que o trio catarinense contribuiu com sua entidade.
De acordo com o Art. 72 do Regulamento Geral das Competições (RGC), a renda bruta das partidas terá, entre outras deduções, a "taxa da federação local correspondente a 5% da renda bruta, salvo definição de porcentagem diferente especificada no REC". Isso evita que as Federações fiquem de mãos abanando, uma vez que grande parte dos jogos têm déficits na renda líquida. Deduzindo 5% da renda bruta, as entidade sempre poderão encher os cofres.
O Sampaio Corrêa, mesmo sendo o pior clube da divisão, já repassou R$ 53.736,80 à Federação Maranhense de Futebol (FMF). A entidade nordestina só perde para a Federação Goiana de Futebol (FGF). Com seus três principais clubes na Série B - Atlético Goianiense, Goiás e Vila Nova -, a entidade do Centro-Oeste embolsou, em apenas 13 rodadas, R$ 71.808,65.
Enquanto isso, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) completa o Top 3. A entidade carioca conta apenas com o Vasco na Série B, mas mesmo assim lucrou R$ 47.088,45. Detalhe: ao contrário das outras Federações, a FERJ cobra do Gigante da Colina a taxa de 4,5%. A Federação Mineira de Futebol (FMF) também abre mão dos 5%, mas ainda assim exige 4% da renda brutasdo Tupi. O vice-lanterna deu R$ 4.143,60 à entidade mineira.
Dinheiro sem dono?
Não se deixe enganar pelos valores, alguns - na teoria - baixos. São receitas que deveriam ir para os cofres do seu clube do coração. A Federação Catarinense de Futebol (FCF), com três representantes, abocanhou R$ 45.628,65, ficando a frente da Federação Baiana de Futebol (R$ 43.409,27) e da Federação Paranaense de Futebol (R$ 40.243,45).
Estas duas Federações, aliás, merecem uma atenção maior. A entidade paranaense é a sexta que mais recebeu grana do seu filiado. E o Paraná - pasmem! - amarga a lanterna no ranking de renda líquida com déficit de R$ - 179.401,60. O Bahia vai na mesma direção. O Tricolor ostenta rombo de R$ - 13.496,04, enquanto a Federação local enche os cofres sem nenhum esforço.
Que os torcedores entendam que isso só acontece por causa da conivência dos dirigentes do seu clube do coração. Federações ricas, clubes pobres!
Só o Sr. Goool acompanha o público e a renda de todos os clubes das Séries A, B, C e D do Brasileirão. No menu "ranking", o torcedor internauta tem à disposição a aba "renda líquida" com o total e a média das receitas dos integrantes do Brasileirão.
Confira quanto cada Federação arrecadou com os clubes da Série B:
Federação Goiana de Futebol (R$ 71.808,65)
Federação Maranhense de Futebol (R$ 53.736,80)
Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (R$ 47.088,45)
Federação Catarinense de Futebol (R$ 45.628,65)
Federação Baiana de Futebol (R$ 43.409,27)
Federação Paranaense de Futebol (R$ 40.243,45)
Federação Cearense de Futebol (R$ 32.068,60)
Federação Paraense de Futebol (R$ 23.923,35)
Federação Alagoana de Futebol (R$ 21.176,55)
Federação Pernambucana de Futebol (R$ 17.371,50)
Federação Gaúcha de Futebol (R$ 9.824,00)
Federação Paulista de Futebol (R$ 8.488,75)
Federação Mato-grossense de Futebol (R$ 4.669,00)
Federação Mineira de Futebol (R$ 4.143,60)
Fonte: Sr. Goool