Jomar ganha apoio de Nenê e Rodrigo e ajuda projeto social na comunidade em que cresceu

Com a frequência máxima permitida pela rotina de viagens e jogos do Vasco, Jomar costuma repetir um trajeto nas horas livres. Avança 10 quilômetros ao norte do Rio de Janeiro e sai de sua casa, em Cascadura, para visitar o lugar onde cresceu: o Morro da Pedreira, em Costa Barros, no limite da Cidade Maravilhosa, fronteira com a Baixada Fluminense, região das mais perigosas atualmente no município. Ali, o zagueiro que ganhou nas redes sociais o apelido de Jomito faz jus à alcunha: revê familiares, ajuda crianças e mantém fincadas suas raízes.

Desde que se profissionalizou, Jomar não alterou muito seu estilo de vida. Em vez de rumar para a Barra da Tijuca ou a Zona Sul do Rio de Janeiro, foi para Cascadura, ainda na Zona Norte. Segue perto de Costa Barros. Voltar à Pedreira é mudar de realidade. Em vez do mundo luxuoso do futebol, o defensor vê carcaças de carros abandonadas nas ruas, vielas apertadas e uma comunidade ainda dominada pelo tráfico de drogas, um lugar do qual a política de pacificação da polícia passou longe.

Mas há esperança: no lugar onde cresceu, o zagueiro é visto como exemplo e ajuda da maneira que pode. Hoje, dá apoio ao projeto social para crianças onde ele mesmo deu os primeiros passos no futebol. Ao todo, o “Costa Barros – Lagartixa” abrange 150 jovens.

- O pai dele fica à frente do projeto, que é para tirar as crianças da comunidade e dar oportunidade para que nasçam mais Jomares. O pai dele é o técnico do time de juniores. Tem infantil, juvenil... Em Costa Barros, o Jomar é um exemplo para a comunidade. Por onde passa, as pessoas pedem autógrafo, tiram foto com ele – disse Jouber Andrade, empresário que trabalha com Jomar desde o início da carreira.

Amizade com Luan

Neste sábado, Jomar estará bem longe de onde cresceu. Será titular do Vasco contra o CRB, em Maceió, pela 12ª rodada da Série B, às 16h30 (de Brasília). Mas ainda num ambiente de carinho: ao substituir o suspenso Rodrigo, fará dupla com Luan, seu amigo desde as divisões de base do Cruz-Maltino.

- O Luan é um grande jogador. Cheguei em 2011, e ele se machucou. Fiz uma estreia boa, e depois começamos a jogar juntos na base. Luan é um espelho. Vai na minha casa, eu vou na dele. Esse ambiente com ele é muito bom. Foi meu companheiro de quarto já. Seremos uma grande dupla no jogo deste sábado – afirmou o defensor.

Jomar está no Vasco desde 2011, quando veio do Tigres ainda para o sub-20. Ao chegar, conheceu Luan, Jordi e Henrique, todos hoje nos profissionais. O defensor ainda não se firmou como titular, mas, com a saída de Rafael Vaz, virou o substituto imediato para qualquer desfalque na zaga.

Fora de campo, Jomar é dos mais queridos no elenco. Quem acompanha os treinos do Vasco se acostumou com as brincadeiras de Nenê com o zagueiro (veja duelo de chutes entre os dois durante a pré-temporada no vídeo abaixo). O camisa 10 divide com Rodrigo a função de aconselhar o jovem no futebol.

A retribuição vem na admiração que o defensor nutre pelos veteranos. No lugar do xerife, contra o CRB, poderá mostrar que está aprendendo e, assim, dar um motivo de alegria à Pedreira.

Jomar, com o número quatro, o último da esquerda para a direita agachado, segura faixa com o nome do projeto social em que deu os primeiros passos no Morro da Pedreira, em Costa Barros, Zona Norte do Rio

Zagueiro como capitão nos juniores, em time com Jordi, Marlone e Jhon Cley

Fonte: GloboEspote.com