Os primeiros arremessos foram na quadra do Jequiá, clube da Ilha do Governador, situado no bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, mas foi no Vasco que Wagner apareceu para o basquete. Em São Januário, o pivô de 32 anos teve o privilégio de treinar com Sandro Varejão, Josuel, Nenê, Mingão e Janjão, referências na sua posição. Foi ao lado desses caras que o novo reforço vascaíno subiu do time juvenil para o adulto e se tornou profissional no início dos anos 2000. Mais de uma década se passou, e Wagner está de volta aonde tudo começou. Se só isso já seria suficiente para o jogador renovar suas energias visando à temporada 2016/2017, uma lembrança recente e amarga servirá para aflorar um eterna rivalidade.
Ex-jogador do Mogi, Wagner admite que a derrota nas semifinais para o Flamengo depois de o clube paulista estar vencendo por 2 a 1 e ter tido a chance de fechar a série dentro de casa ainda está entalada na garganta.
- Eu ainda estou mordido com o Flamengo pela derrota na semifinal, acho que não merecíamos, mas acabou acontecendo. Estou mordido demais, quero enfrentar o Flamengo o mais rápido possível para aliviar essa dor - afirmou o jogador.
A "raiva" do eterno rival fica apenas dentro de quadra. Ex-jogador do clube rubro-negro por quase cinco temporadas, onde conquistou dois títulos brasileiros (2008 e 2008/2009) e um vice-campeonato (2009/2010), o pivô vascaíno tem vários amigos na Gávea e guarda ótimas recordações dos tempos de Flamengo.
- Joguei quatro anos e meio lá, foi uma época muito legal também e não tenho nada para falar do clube. Pelo contrário, fui feliz e tenho vários amigos lá - lembrou Wagner.
O retorno ao Vasco já era para ter acontecido, mas acabou batendo no aro quando o vice-presidente de esportes terrestres e o técnico Christiano Pereira começaram a montar a equipe que conquistaria a Liga Ouro. Procurado pela diretoria vascaína na época, o jogador não foi liberado treinador do Mogi, Danilo Padovani, e permaneceu no clube paulista durante os playoffs do NBB 8.
Mas tudo tem a hora certa para acontecer, e ela chegou mais de 10 anos após sua primeira passagem pelo clube cruz-maltino. Se o atual elenco nem de longe se compara ao que Wagner viu de perto ganhar praticamente tudo que disputou no fim dos anos 90 e início dos anos 2000, pelo menos marcará o reencontro de velhos amigos, como o armador Hélio, seu companheiro em Uberlândia e no Flamengo, e terá a união e amizade como armas poderosas dentro de quadra.
- Ainda tem isso. O Hélio é um grande companheiro, amigo pessoal, um cara vencedor também. Eu posso dizer que esse time é formado por grandes amigos se reencontrando em busca de um título. E no momento da retomada do Vasco, o que é muito especial para todos nós. O Márcio é um grande vencedor, um cara de 40 anos que parece um garoto ainda, o Bruninho um amigo das categorias de base, o Christiano então nem se fala, um cara que há muito já merecia estar num time de NBB como treinador. Finalmente teve a chance na hora certa e subiu, com certeza ele vai fazer um grande trabalho - destacou o jogador, que se sente em dívida com o clube que o revelou para o cenário nacional.
- Estou muito feliz porque saí daqui na época que acabou o basquete no Vasco e voltar quando o clube retorna à elite é especial. Na minha cabeça, devo um título ao Vasco jogando, naquela época eu quase não entrava. Sinto que devo isso ao clube, juntou o útil ao agradável. Já tinha existido uma conversa durante a Liga Ouro, mas não fui liberado pelo Mogi. Mas Deus sabe o que faz e deu tudo certo, o Vasco foi campeão. Agora estamos voltando com força total, eu, Nezinho, e o Bruno Fiorotto, além da galera que está aqui e renovou, acho que o Vasco vai brigar por títulos.
Fonte: GloboEsporte.com