Uma parceria de longa data, e com contornos em verde e amarelo. Nenê e Andrezinho são, sem dúvidas, os grandes nomes de um Vasco que não perde há 33 partidas. Protagonista e artilheiro, o camisa 10 tem no companheiro um carregador de piano capaz de organizar e ditar o ritmo do meio-campo. O que o torcedor vascaíno não sabia era que essa sintonia não surgiu em São Januário. Vem de 13 anos atrás, quando os dois disputaram juntos um torneio no Qatar pela seleção olímpica e dividiram quarto na concentração.
Revelações de Flamengo e Palmeiras, Andrezinho e Nenê foram convocados por Ricardo Gomes para competição disputada em janeiro de 2003 como preparação para o pré-olímpico para os Jogos de Atenas-2004, que seria disputado um ano depois. O Brasil ficou em terceiro, com três vitórias e dois empates, e os ícones do Vasco atual tiveram boa participação, com direito a gols.
Titular na primeira partida, contra a Noruega, Nenê foi substituído justamente por Andrezinho. Diante da República Tcheca, ambos ficaram no banco, assim como no empate com o Egito, quando entraram no segundo tempo, e Nenê marcou um gol. Novamente utilizados no decorrer da partida com a China, eles foram titulares no 4 a 2 sobre a Alemanha, quando Andrezinho deixou sua marca.
Negociado com o Santos logo após a competição, Nenê lembra a passagem com a camisa verde e amarela em um elenco que tinha nomes badalados como Maicon, Júlio Baptista e Kaká:
- O grupo era muito bom e vários atletas seguiram carreira em grandes clubes. Foi lá que conheci o Andrezinho. Foi bem bacana voltar a jogar com ele aqui no Vasco, depois de tantos anos. Esse torneio foi muito importante no início da minha carreira.
Com histórico de passagem pelas categorias de base da equipe nacional, Andrezinho era uma das apostas de Ricardo Gomes naquele time e tinha somente 19 anos. No fim do mesmo ano de 2003, o meia foi campeão mundial sub-20 e totalizou 46 jogos e 13 gols pelo Brasil em categorias inferiores. A diferença de idade de dois anos gerou brincadeiras de Nenê no reencontro em São Januário.
- Jogamos juntos um torneio em 2003, mas eu ainda era da seleção sub-20. Era um grupo mais velho, com Nenê, Kaká e outros jogadores. Até quando eu cheguei ele disse: "Ué, o tempo não passa para você? Como jogamos juntos na seleção de base e eu tenho 34 e você 32". Mas ele já era mais velho na época (risos).
A reedição da parceria depois de mais de uma década tem rendido frutos aos vascaínos. No último sábado, a vitória sobre o Goiás veio com passe de Nenê para gol de Andrezinho. Na estreia na Série B, um dos gols do 4 a 0 sobre o Sampaio Corrêa aconteceu com papéis invertidos.
- Eu e Nenê concentramos juntos naquele torneio. Com certeza ajudou, por conhecer o jogador. Nossa química é muito boa, nos damos bem dentro e fora de campo, e isso é muito positivo. Por já termos jogado juntos, sabemos o estilo do jogo do outro, como o outro se comporta, por isso a nossa adaptação foi bem mais rápida - avaliou Andrezinho.
Com os velhos amigos em campo, o Vasco defende a invencibilidade de 33 jogos nesta terça-feira, às 21h30 (de Brasília), contra o Joinville, em Santa Catarina, pela sétima rodada da Série B do Brasileirão. Com 16 pontos, o time é líder da competição.
Fonte: GloboEsporte.com