Jorginho queria mais. O técnico viu mais volume de jogo do Vasco no empate diante do Oeste na noite desta terça-feira, na Arena Barueri. O resultado tirou os 100% de aproveitamento do time na Série B, mas rendeu a liderança isolada da competição - o Atlético-GO foi derrotado para o Luverdense. Jorginho ainda elogiou a postura do adversário, mas ponderou a pouca efetividade do time do Vasco diante das oportunidades criadas.
- Fizemos um gol exatamente nessa situação (de pressionar). Não basta ter posse de bola, é preciso ser efetivo. Reconheço o trabalho do Fernando Diniz, mas minha equipe podia ter vencido e vencido bem. Essa questão de posse de bola às vezes cansa o outro time. Nós tivemos oportunidades. Fizemos algumas mudanças, coloquei o William, que tem uma pegada forte, coloquei o Caio porque precisava de mobilidade, e isso é bom. São jogadores jovens que vamos precisar. Temos jogadores de 30 anos que estão muito bem, mas em alguns momentos temos que rejuvenescer a equipe. Não me preocupei com a posse de bola. Treinamos para aproveitar essa saída de bola e fomos felizes com o gol do Nenê.
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Fim dos 100%
Não vamos ficar nos 100%, como aconteceu hoje. Não estamos jogando contra bêbado. Estamos jogando contra equipes qualificadas, como o Oeste, que vai tirar ponto de muita gente. Conseguimos neutralizar, sim, mas eles têm capacidade. São jogadores muito bem treinados e que não fazem isso casualmente. Treinamos para surpreendê-los e em alguns momentos isso foi visível, chegamos na frente do gol.
Sete meses de invencibilidade
É um trabalho que estamos fazendo e é uma grande alegria. Lamentavelmente, tivemos um percalço contra o Fluminense, quando tivemos um primeiro tempo ruim e um segundo bom. Feliz por essa marca. Já batemos o recorde de jogos oficiais e vamos em busca dos 35 para que não reste dúvidas. Vai ser muito difícil sábado em casa, um time que ainda não se encontrou, mas vai brigar, e depois jogos dificílimos fora de casa, contra Joinville e Goiás. Credito a invencibilidade aos nossos atletas. Chegamos com uma nova maneira de jogar. O Vasco era um time que não saia jogando, saía com ligação direta. Hoje, é uma satisfação ver o Thalles recuperado, o Riascos sair querendo ficar, jogadores desacreditados novamente no mercado... É motivo de alegria. Precisamos permanecer humildes, não ganhamos nada.
Trintões em grande fase
Estão nessa situação não é de agora. Eles criaram esse lastro quando eram jovens, sempre foram profissionais. Quando convocamos o Grafite em 2010, falaram que era absurdo e agora está aí com 37 anos jogando em alto nível. O Nenê é um dos melhores meias do futebol brasileiro, uma pena que esteja na Segunda Divisão. O Nenê é dotado de grande técnica. O próprio Ricardo Oliveira é muito profissional e líder em sua equipe. Os preparadores físicos são muito importantes e agradeço ao meu amigo Joelton.
Estilo do Oeste
É uma equipe muito bem treinada. Ninguém tem uma movimentação dessa sem treinar. Joguei três meses com o Fernando Diniz, no Fluminense, e ele era um cara extremamente ligado na questão tática, observador, líder. Não tenha dúvidas que um sistema como esse tem fragilidade, sim. Essa situação da saída de bola em alguns momentos se torna kamikaze. Ou você mata, ou você morre. Foi o que aconteceu no nosso gol. O bom dessa equipe e do treinador é acreditar no que estão fazendo.
Treinadores jovens
Os treinadores mais tradicionais continuam em alta e são grandes treinadores. Não sou tão jovem assim por já ter 51. Passei boa parte na seleção, mas não deixei de ser treinador. Temos que está sempre abertos a novas informações, abertos ao aprendizado. Tanto que, que sou um pouco mais jovem que alguns, quanto a outros treinadores.
Renovação de contrato
Recebemos com muita satisfação, alegria, honra. Esse era o nosso desejo. Tomamos uma decisão sem pedir qualquer tipo de aumento. Ele se propôs a fazer isso. Por ter sido jogador dele, sei como é a situação, mas a questão dele reconhecer o que fazemos. Sempre quis criar uma história, fazer um trabalho a longo prazo. Isso que pedimos. É um absurdo perder dois, três jogos e ser mandado embora. Fazer isso em um clube como o Vasco da Gama é uma oportunidade que não poderia jogar fora. Estou muito feliz e agradeço por acreditarem em nosso trabalho.
Pressão por invencibilidade
Tratamos todos os dias de dizer que um jogador de Seleção não tem altos e baixos, é regular. É bom, bom, bom, ótimo, bom. É muito raro jogar mal. Uma equipe para ser campeã tem que manter essa regularidade. Não podemos achar que somos os melhores, porque não somos. Se fôssemos, estaríamos na primeira divisão. O melhor hoje é o Corinthians, que é o atual campeão e tem possibilidade de se manter. Mas somos muito competitivos aproveitando a juventude que temos e a experiência. Somos muito responsáveis, não adianta viver de glórias passadas.
Fonte: GloboEsporte.com