Do primeiro pensamento até a execução de fato da ideia levou-se pouco mais de cinco meses. O tempo de maturação provou ser acertado. No dia 6 de dezembro de 2015, com um Vasco desesperado para escapar do rebaixamento, Jorginho cogitou utilizar Rafael Vaz como atacante no duelo com o Coritiba. Mas foi somente em 18 de maio de 2016, diante do CRB em São Januário, que o treinador lançou mão do truque que guardava na manga. E foi recompensado.
Esqueça a rigidez do futebol. O conceito de que zagueiro é zagueiro, volante é para marcar, centroavante bom é aquele que manda de canela para as redes. O futebol evoluiu de maneira que os especialistas numa só função estão em extinção. Na Europa, atual vanguarda, volantes viraram zagueiros, atacantes são pontas, armadores jogam colados na defesa. Seleção natural, lei do melhor adaptado. Por que isso não pode ocorrer também no Brasil?
Ponto para Jorginho, que não se limitou. Percebeu que Rafael Vaz talvez seja razoável zagueiro, mas tem características raras para alguém da posição: técnica, finalização, senso de posicionamento. Um atacante em potencial. Percepção fruto de nove meses de trabalho e convivência. Mas é certo: um contra-ataque bem encaixado do CRB, e a discussão seria outra.
- É importante conhecer o material que a gente tem na mão. O Vaz é um dos jogadores que se destacam nos jogos reduzidos, com marcação intensa. É um dos melhores jogadores da nossa equipe, tecnicamente falando. É um finalizador nato. Eu já tinha pensado nisso no jogo contra o Coritiba. Estou há nove meses no Vasco e conheço muito bem meu jogador – disse Jorginho.
Condições ideais
Rafael Vaz tem quatro gols no ano. Três deles foram decisivos: contra o Flamengo em São Januário (vitória por 1 a 0), o do empate com o Botafogo que valeu o título carioca, e o da classificação diante do CRB. Para completar a lista, há o do triunfo por 2 a 1 sobre o Remo, pela Copa do Brasil. Mas apenas na última quarta-feira o zagueiro balançou as redes como atacante.
Fonte: GloboEsporte.com