Dois fatos da noite de quarta-feira, em São Januário: o Vasco não teve boa atuação diante do CRB, e Rafael Vaz mostrou mais uma vez que tem estrela. Ao marcar o gol do empate por 1 a 1, já nos acréscimos, o zagueiro confirmou não só o seu brilho próprio, como também o de Jorginho. O treinador colocou o defensor no ataque, no lugar de Thalles, já na reta final da partida. Foi para o tudo ou nada. Tanto que na entrevista coletiva, o comandante disse:
- Ou as pessoas me chamariam de maluco ou falariam que fiz o certo.
Mas a escolha de Jorginho, na realidade, tem base mais aprofundada. O treinador explicou que Rafael Vaz tem bom desempenho nas atividades realizadas no dia a dia e é um finalizador nato. Além disso, colocar o defensor no ataque já era algo pensado pelo comandante desde o ano passado.
- É importante conhecer o material que temos na mão, os jogadores com os quais trabalhamos. Nós fazemos muito trabalho em campo reduzido, com marcação intensa, e o Vaz é um dos jogadores que se destacam nessa questão de se organizar. Ele é um dos melhores jogadores tecnicamente falando da nossa equipe. É um finalizador nato. Já demonstrou isso fazendo outros gols. Por ele ser zagueiro, tem a percepção de como se marca um atacante, o que deve fazer. É um jogador que se destaca dessa forma. Eu já tinha pensado nisso no jogo contra o Coritiba, o último do ano passado - explicou Jorginho.
O técnico disse também que arriscar na substituição foi uma ousadia dele e do auxiliar Zinho para a reta final do jogo. Em campo, o Vasco tinha dificuldades diante de um time do CRB bem posicionado.
- Conversei com o Zinho. Falei: faltam 15 minutos, nós só temos uma opção. Vamos dentro. Olhei o Vaz tão agitado no aquecimento e falei: Vaz, vem. Só tinha dúvidas se tiraria o Thalles ou abriria mais o meio e ficaria com apenas um homem no meio. Mas decidimos tirar o Thalles. Eu creio que isso tudo é realmente trabalho. Estou há nove meses no Vasco e conheço muito bem o meu jogador diante da vaia ou do aplauso.
Por fim, Jorginho não quis deixar que o "herói improvável" do jogo apagasse o fato de que o Vasco não teve um grande noite em São Januário.
- Em primeiro lugar, acho que não podemos esquecer que não foi um grande jogo nosso. A equipe precisa entrar mais atenta, mais ligada, porque já é um prenúncio do que vai ser realmente a Série B. A questão do Vaz não pode apagar isso. Não que nós tenhamos entrado apáticos no jogo, mas acho que nós não entramos com a mesma concentração dos outros jogos. Isso eu cobro da minha equipe. Não deixamos de lutar, mas lutamos alternados. Não foi coisa em conjunto, que nós treinamos incessantemente.
Fonte: GloboEsporte.com