Veja dez motivos para o título estadual invicto do Vasco

Terça-feira, 10/05/2016 - 04:39
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Um título maiúsculo! Nos últimos três meses, o Vasco enumerou motivos para ser considerado o melhor time do Rio de Janeiro na atualidade. Foram 13 vitórias, cinco empates, 30 gols marcados, apenas nove sofridos, seis jogadores na seleção do estadual, o melhor treinador e o craque em uma campanha invicta coroada com o grito de bicampeão, domingo, no Maracanã, com o empate por 1 a 1 com o Botafogo. Frutos de um time pautado na organização tática pregada por Jorginho e que soube ser fatal nos momentos de decisão. O GloboEsporte.com pontuou momentos e personagens marcantes na trajetória que deu ao Gigante da Colina o 24º Carioca de sua história.

SINERGIA COM A TORCIDA

Aeroportos lotados em Brasília e Manaus, ingressos esgotados para decisão com antecedência e apoio, muito apoio. O torcedor do Vasco deixou o rebaixamento no passado e abraçou a equipe em 2016. Maioria nas duas partidas contra o Botafogo, fez a festa novamente no Maracanã e foi recompensado com o bicampeonato carioca. Nos jogos em São Januário, o público ainda pode melhorar, mas a presença em massa nos clássicos provou que, quando a partida tem apelo, o vascaíno está junto do time de Jorginho.

REI DOS CLÁSSICOS

A campanha invicta que torna o título do Vasco incontestável ganha ainda mais peso quando analisados somente os confrontos diretos com os rivais. O bicampeão carioca venceu todos: Flamengo, duas vezes, Botafogo, duas vezes, e Fluminense. Contra o Rubro-Negro, já são nove jogos de invencibilidade. No total, o Vasco teve cinco vitórias e três empates em oito clássicos em 2016. Como disputa a Série B, a tendência é que só reencontre os coirmãos no ano que vem, a não ser que aconteça um cruzamento na Copa do Brasil.

VELHOS? TRINTÕES VOAM!

Com a base que fez um bom segundo turno do Brasileirão mantida, o elenco do Vasco era cercado por uma desconfiança principal no início da temporada: a alta média de idade ia suportar o desgaste da sequência de jogos? Vinte partidas depois (duas pela Copa do Brasil), a resposta é sim. Mesmo com oito jogadores acima de 30 anos no time titular, o Cruz-Maltino levou vantagem na parte física na maioria de seus jogos e teve fôlego de sobra para administrar a partida decisiva com o Botafogo. O trabalho em parceria da preparação física com o Cappres colhe frutos.

AS DEFESAS DE MARTÍN SILVA

A força defensiva do Vasco é inegável. Com Luan e Rodrigo como titulares da zaga há três anos, o setor é o mais consistente do time e a dupla de laterais Madson e Julio Cesar cumpre bem sua função. Quando as coisas não dão certo, porém, o torcedor vascaíno não perde a tranquilidade. Tudo porque Martín Silva está lá. Discreto e eficiente, o goleiro uruguaio se destacou sempre que necessário na campanha. No clássico com o Flamengo, em Brasília, fechou o gol, justificando o esforço da diretoria, que fretou voo do Uruguai, e ainda foi importante na decisão da Taça Guanabara, diante do Fluminense. Como se não bastasse, é uma das lideranças do elenco e muito respeitado por todos. Caminha para se firmar como ídolo.

A LIDERANÇA DE RODRIGO

Responsável por erguer o troféu de campeão ao lado de Eurico Miranda, Rodrigo foi um dos protagonistas da campanha do Vasco. Mesmo aos 35 anos, mostrou que a experiência pode fazer a diferença e levou a melhor nos principais duelos que travou no campeonato. Nem Guerrero, nem Fred, nem o novato Lucas Ribamar. Nenhum deles fez gol no Vasco, e muito por conta das atuações firmes do seu capitão. Por fim, empolgou o torcedor com frases marcantes e provocações aos rivais, como na frase "Aqui é Vasco!", dita ainda no gramado da Arena da Amazônia, após eliminar o Flamengo, e que virou mosaico.

A ARTE DE NENÊ

Em um time tão marcado pelo esforço coletivo e organização tática, o camisa 10 se destacou com sobras. Autor de sete gols e oito assistências, foi eleito com méritos o craque do Campeonato Carioca e se tornou o líder técnico do time de Jorginho. Mesmo quando não vive um bom dia, como nas duas decisões do Carioca, é importante. Foi assim com um cruzamento para Jorge Henrique e outro para Rafael Vaz. O que esperar do melhor do time? Que seja decisivo. E Nenê foi muito para o Vasco.

O INCANSÁVEL ANDREZINHO

Fiel escudeiro de Nenê na campanha. Talvez seja quem melhor represente o espírito de luta e obediência tática do Vasco. Mudou de posição, recuou e virou volante para ajudar na saída de bola, e é quem faz o time jogar. Dita o ritmo. Muitas vezes, sacrifica suas ações ofensivas para não deixar a equipe exposta e cumpre com maestria seu papel em campo. De quebra, foi o melhor em campo com um gol e uma assistência no clássico com o Flamengo, na semifinal. Participação grandiosa na campanha.

OS GOLS DE RIASCOS

Quem apostaria em Duvier Riascos no começo do ano? Certamente, uma parcela muito pequena da torcida vascaína. Um dos mais criticados na campanha do rebaixamento, o colombiano seguiu em São Januário e deu a volta por cima. Escalado como centroavante após o clube não encontrar um nome de consenso no mercado, ele deu muito conta do recado com nove gols marcados, sendo quatro em clássicos - e contra os três rivais. Discreto nas duas finais contra o Botafogo, cumpriu seu papel defensivo, principalmente em bolas aéreas, e terminou o Carioca na seleção do campeonato. Na última semana de contrato, tem o futuro indefinido, mas deixou sua marca na passagem por São Januário.

EURICO BLINDA ASSEDIADOS

Mesmo com a queda para Série B, o Vasco iniciou a temporada com jogadores valorizados e assediados. Nenê e Luan eram os principais e logo tiveram os contratos renovados por Eurico Miranda, ainda na pré-temporada, em Pinheiral. Pouco depois, o presidente se adiantou e assinou novos vínculos também para Andrezinho e Julio Cesar. Já na final, outro vascaíno foi alvo de proposta: Jorginho entrou na mira do Cruzeiro. O dirigente mais uma vez agiu e contornou a situação, mantendo o treinador e seu auxiliar Zinho. Blindou elenco e comissão técnica para que ficassem focados somente no futebol e deu certo.

MATURIDADE NA DECISÃO

Tudo bem, não foram duas grandes atuações. Distante disso até. Mas o Vasco se mostrou muito mais bem preparado para se tornar campeão do que o Botafogo. Por mais que tenha tido bom volume de jogo e posse de bola no campo ofensivo, o Glorioso repetiu os pecados dos clássicos em São Januário: não sabia o que fazer para perturbar a meta de Martín Silva. O Cruz-Maltino, por sua vez, soube fazer valer do poder de decisão de Nenê para aproveitar as poucas oportunidades e soube manejar a vantagem no segundo jogo. Quando o Botafogo colocou o título em risco com o gol de Leandrinho, bastaram sete minutos para os vascaínos recolocarem as coisas no lugar. Um time maduro e consciente de suas decisões.



Fonte: GloboEsporte.com