- O Vasco é favorito porque venceu o primeiro jogo e tem a vantagem do empate. Mas temos aquele fio de esperança - diz o alvinegro Túlio, sem motivação para a fanfarronice do passado.
Havia, na década de 90, condições mais favoráveis à autopromoção. Túlio foi campeão brasileiro em 1995. Dois anos depois, o mais importante título nacional ficou com Carlos Germano:
- Nunca dei muita sorte com o Botafogo do Túlio - lembra o cruz-maltino, atualmente no comando do Doze, do Espírito Santo: - Tomei umas porradinhas, mas agora está mais para o Vasco.
- É verdade. Parece que tinha um ímã dentro do gol. A bola batia no Germano e entrava - provoca Túlio.
Ídolos de uma mesma geração, o ex-goleiro, de 45 anos, e o ex-atacante, de 46, já dividiram uma alegria: em 95, com a camisa da seleção brasileira, venceram a Argentina por 1 a 0, gol de Donizete, em um amistoso em Buenos Aires.
Também tiveram dissabores nos respectivos clubes e precisaram apelar ao martelo da Justiça: Germano cobra atrasados do Vasco; Túlio briga para ser indenizado após o Botafogo ter abandonado seu projeto pelo milésimo gol, concluído em outra praça, o Araxá, de Minas.
Neste domingo, as mágoas vão para escanteio. Túlio sonha com a vitória do Botafogo, ao menos por um gol que possa transferir para a cobrança de pênaltis o sonho da reviravolta. Germano não vê a hora de pular diante da televisão.
- Falta ao Botafogo a experiência do Vasco. Gosto do Ribamar, mas ele é novo - opina Túlio, especialista em palestras motivacionais.
- O Martín Silva é um goleiro tranquilo. Passa a impressão de que está no sofá de casa - elogia Germano, que teve breve passagem pelo Botafogo, em 2002.
Neste domingo, a bola será vista sob a mesma perspectiva por quem a chutou para o gol, por quem tentou evitar esse desfecho. Ela é ponto de encontro do sofrimento do torcedor apaixonado.
Fonte: Extra Online