Depois de uma semana de filas e confusões, torcedores de Vasco e Botafogo voltam no domingo ao Maracanã. A operação de domingo passado decepcionou muito o público, que espera melhorias para essa segunda final do Carioca. A Federação de Futebol do Rio (Ferj) promete mudanças em vários setores. Até sexta, 48.968 dos 50 mil ingressos disponíveis haviam sido vendidos. O restante estará disponível aos botafoguenses a partir das 10h, em General Severiano.
Na primeira partida da final do Campeonato Carioca, um dos principais problemas relatados foi a entrada nos setores Norte e Sul, áreas exclusivas para Botafogo e Vasco, respectivamente.
— A entrada estava muito mal organizada, com os seguranças da empresa privada proibindo a aproximação dos torcedores dos corredores de entrada das catracas, faltando menos de dez minutos para o jogo. Após muita pressão e o acúmulo de muitas pessoas forçando a entrada, ela foi liberada — conta o publicitário alvinegro Marcello Caetano, que diz ter sido revistado por seguranças particulares, por causa da confusão, o que é proibido por lei.
A confusão no lado do Botafogo foi tamanha que a Policia Militar jogou gás de efeito moral. O que também gerou o tumulto foi a mudança de lugar das cadeiras cativas. Por conta de intervenções para os Jogos Olímpicos, as cadeiras perpétuas trocaram do lado Oeste para o Leste. Com pouca informação, alguns se perderam:
— Estava com ingresso de cadeira cativa, que entra pela Uerj, mas entrei pelo Bellini. Só soube ao chegar lá — reclamou o jornalista botafoguense Eduardo Sarmento. — Eu passei pela entrada do Botafogo em cima da hora de o jogo começar e estava um caos: fila, polícia, bomba. Ainda bem que não fui de arquibancada. Lá dentro, talvez por eu ter ficado na área das cativas, não estava cheio e não notei sujeira, mas o preço da cerveja aumentou. Passou de R$ 7 para R$ 8.
Para evitar novos problemas na entrada, o Grupamento de Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) pede ao torcedor que não demore a entrar no Maracanã.
A segurança também não foi tão rigorosa como o de costume. Do lado vascaíno, foram ouvidas pequenas explosões no meio da torcida. O porte de fogos de artifício é proibido, e quem for pego pode ser preso.
— Lembro de umas cinco explosões na arquibancada, mas briga, não teve. A saída foi bem tranquila. Não senti muita diferença do Maracanã de antes das obras para as Olimpíadas — disse o advogado vascaíno Fernando Pereira.
Dentro do Maracanã os problemas não foram sanados: banheiros sujos, filas e cerveja quente estão entre as principais reclamações.
— A fila nos banheiros era bem grande. Nos bares, também. Por conta disso, teve gente entrando com mais de 15 minutos do segundo tempo. A cerveja estava quente. Os bares também tiveram problemas com troco. Não aceitar cartão só dificulta. Espero que nesse jogo esteja melhor — contou o jornalista vascaíno Raphael Panaro.
A Ferj disse que vai aumentar em 200% o número de funcionários, além de oferecer mais produtos e gelo. Para diminuir as filas nos bares, papa-filas estarão trabalhando. As lanchonetes de todos os setores vão aceitar cartões.
Fonte: O Globo Online