A última vez que Celso Roth comandou um clube de futebol à beira do gramado foi no dia 15 de agosto de 2015, quando dirigia o Vasco no Campeonato Brasileiro. Na ocasião, uma derrota para o Coritiba no Maracanã terminou na sua demissão. Desde então, Roth tem “curtido”. O verbo é esse mesmo, segundo o próprio treinador afirmou no Seleção SporTV desta terça-feira.
- “Curtindo” é a palavra correta (nesse momento sem clube), porque nesses momentos a gente tem que curtir, a gente vê tanta coisa e cada coisa que temos que curtir. Mas, obviamente, como profissional temos que acompanhar sempre com muita seriedade o que a gente vê na Europa, o que a gente vê no Brasil, tendo sempre o contato com as pessoas de fora do país, porque sempre tivemos isso desde o início de carreira - afirmou.
Ao mesmo tempo que critica a administração dos clubes brasileiros, admite esperar por uma vaga para voltar a trabalhar.
- A perspectiva é aquela normal, campeonato regional é uma coisa fantástica. Os clubes, ao invés de aproveitarem para se aperfeiçoarem, aproveitam para obviamente analisar um desempenho, principalmente dos treinadores. E agora que começam então essas coisas todas com Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, e a própria Libertadores na fase final. E aí a perspectiva de carreira infelizmente é sempre aquela de esperar que surja alguma vaga perante esse cenário. Estamos exatamente assim, curtindo, esse é o verbo correto.
O treinador também avaliou um debate recente no mundo esportivo e que tem gerado polêmica. No início do mês, o ex-atacante e hoje senador Romário apresentou uma emenda ao Projeto de Lei 522/2013, do senador Alfredo Nascimento, para tonar lei que qualquer ex-atleta possa exercer a atividade de técnico de modalidade coletiva desde que comprove cinco anos de prática. Atualmente, apenas educadores físicos podem exercer a profissão. Roth defende a necessidade da experiência e da teoria, juntas.
- As duas coisas são muito importantes. Ter sido jogador de futebol é um passo importante porque tem o conhecimento técnico, a experiência de ter visto e vivido, mas não é suficiente. Precisa sim de uma formação superior, creio que é fundamental. O contrário também não é suficiente. Ter só a teoria também não é suficiente, tem que ter aquela experiência de vestiário, juntar essa experiência teórica à prática (...). Hoje, o treinador é o gestor de técnicos, ele tem que ter conhecimento de todas as funções que formam uma comissão técnica, desde treinador, preparador, fisioterapeuta, fisiologista, médico, nutricionista. O treinador que se diz moderno hoje para administrar uma comissão técnica tem que ter conhecimento em todas essas áreas, e para isso precisa de formação superior. Além disso tem a psicologia, a gente tem que trabalhar também com a cabeça desses atletas, que vêm de uma realidade completamente diferente e da noite para o dia se transformam em estrelas - concluiu o técnico.
Fonte: Sportv.com