O maior título do futebol carioca noticiado pelo EXTRA completa 18 anos em 2016, assim como sua primeira edição. O jornal nasceu pouco antes, teve apenas quatro meses de preparação para registrar o feito que seria alcançado em 26 de agosto de 1998. O Vasco, no ano do seu centenário, conquistou a Libertadores e levou para as bancas as páginas mais vitoriosas de sua história.
A convite do “Jogo Extra”, Mauro Galvão, capitão do título sul-americano, voltou a São Januário para reencontrar a taça levantada em Guaiaquil, no Equador, na maior noite de sua carreira. Aos 36 anos, era a consagração. O ex-zagueiro havia superado frustrações anteriores para entrar definitivamente no rol de ídolos da Colina.
— Foi o maior título da minha vida. Um momento muito especial — destacou Mauro Galvão: — Eu sabia que, 18 anos depois, o reconhecimento das pessoas seria o mesmo daquela época. Até hoje sou parado na rua pelos torcedores. Fico feliz.
Coube a ele levantar a taça, mas quem assinalou os gols mais importantes da equipe na campanha foi Donizete. O Pantera chegou ao clube cercado de desconfiança, com a dura missão de substituir Edmundo. Mas precisou de apenas oito meses em São Januário para se consagrar. As garras do ex-atacante feriram River Plate e Barcelona de Guaiaquil, e abriram caminho para o Vasco sorrir na semifinal e na decisão.
— Até hoje agradeço ao Edmundo por ter me indicado para substituí-lo no Vasco — ressaltou Donizete: — Aquele time era muito bom e eu fui muito feliz. Fui escolhido o melhor jogador da competição, marquei gols nos dois jogos da final.
A campanha foi o ponto mais alto da era de ouro do Vasco, devidamente registrada nas páginas do EXTRA. Entre 1997 e 2000, o time foi bicampeão brasileiro, campeão da Libertadores, campeão da Copa Mercosul (precursora da Sul-Americana), campeão do Torneio Rio-São Paulo e campeão estadual, além de torneios internacionais.
Depois das vitórias, vieram as vacas magras, que culminaram com três rebaixamentos e que tornam 1998 tão saudoso para os vascaínos. Hoje, o clube tenta se reerguer, num esforço de superação semelhante ao mostrado por Luisinho naquela época. O volante lembra bem o sabor daquela conquista:
— Eu vinha de uma lesão grave na cabeça, com pontos e pinos. Lutei muito para jogar aquela Libertadores.
Clima de guerra e feitiço no Equador
As lembranças de Mauro Galvão sobre a decisão do Vasco no Equador mostram bem o clima que o time teve de enfrentar para voltar para o Brasil com a taça. Em Guaiaquil, o Barcelona criou uma campanha para contagiar a torcida. Mas a pressão foi o de menos.
— Tinha índios fazendo feitiços contra nosso time — lembra o ex-zagueiro: — Na chegada ao estádio, nosso ônibus foi alvo de pedradas. Não pudemos aquecer no vestiário, estava recém-pintado, não dava para entrar.
Para Mauro Galvão, o diferencial do Vasco naquela campanha foi o desempenho da equipe em São Januário:
— Vencemos quase todos os jogos em casa. A torcida abraçou o time. Tínhamos muita confiança de que venceríamos as partidas no nosso estádio.
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Fonte: Extra Online