Três letras. Uma palavra que separa protestos de organizadas de aplausos após uma vitória no clássico e sintetiza as diferentes realidades em que Vasco e Flamengo se enfrentam quarta-feira, no Mané Garrincha: gol. Sim, por mais simplória que possa ser, a definição é objetiva: o Cruz-Maltino balançou as redes adversárias em todas as 11 partidas da temporada. O campo ofensivo é terreno fértil no líder 100% da Taça Guanabara, enquanto o Rubro-Negro, há quatro partidas em branco, vive a seca de quem tem terras invadidas para cobranças que remetem ao problema evidente: a falta de gols.
Em 11 partidas, o ataque do líder do campeonato fez 22 gols, com uma média de dois por jogo, muito em função das recentes atuações de Riascos e Thalles. Juntos, os contestados atacantes em 2015 somam 11 gols – seis do colombiano e cinco do menino revelado na base. Ou seja, metade dos tentos vascaínos. Outra arma que tem se mostrado importante é Nenê. O meia, que também tem cinco gols na temporada, deu outras cinco assistências, como no clássico contra o Botafogo no último domingo. Para Thalles, o “renascimento dos atacantes” passa pelo trabalho do treinador:
- No ano passado, não vínhamos tendo bons resultados. O Jorginho assumiu, deu uma cara nova ao time. Não conseguimos seguir na primeira divisão, mas começamos a ganhar os jogos. Vamos dar a vida por mais uma vitória.
O Flamengo, por outro lado, passa por uma seca de gols. A equipe não marca desde o dia 12 de março, na vitória contra o Madureira, quando Emerson fez de pênalti. Desde então, um 0 a 0 no Fla-Flu e três derrotas por 1 a 0 para Confiança, Atlético Paranaense e Volta Redonda. São exatamente 389 minutos - sem contar acréscimos - sem uma bola na rede. Apesar de ter feito mais gols que o rival no ano (são 24 em 16 partidas oficiais) a média flamenguista é de 1.5 por partida - e muito por conta das goleadas por 5 a 0 contra Portuguesa e Resende. Apesar da fase rubro-negra, Jorginho acredita que o clube oferece risco à invencibilidade do Cruz-Maltino:
- Não muda nada. O Flamengo tem grandes jogadores, ainda não encaixou por questão de tempo. Tem um dos melhores treinadores do futebol brasileiro. É questão de tempo para a coisa acontecer. Que não aconteça com a gente. Equipe perigosa, joga com extrema intensidade, velocidade.
Se os centroavantes vascaínos passam por uma temporada melhor que a anterior, o mesmo não parece se aplicar aos flamenguistas. Muito badalados, Guerrero e Sheik ainda não engrenaram com a camisa preta e vermelha. Apesar de ser o artilheiro do clube no Carioca, Emerson fez apenas quatro gols, sendo dois de pênalti. Já o peruano tem três gols, mesmo número de Felipe Vizeu, que subiu dos profissionais com muitas expectativas após boas atuações na Copa São Paulo de Juniores. A explicação de Muricy Ramalho para as atuações abaixo da média está na falta de tempo para treinar:
- Falta treinamento. Não estamos conseguindo treinar, mas acho que é mais ansiedade, porque as jogadas são criadas. A equipe está bem. Preocupa, mas não tanto pela criação, porque estamos criando. Está faltando um pouco mais de tranquilidade para definir. Mas isso é questão de tempo, porque o time cria muito, e uma hora vamos voltar a fazer os gols. Pela experiência que tenho, é falta de treinamento. Não estamos conseguindo treinar finalizações, e isso faz diferença. Além disso, existe ansiedade. As bolas estão chegando. Se não fosse assim, seria mais preocupante.
Flamengo e Vasco se enfrentam nesta quarta-feira pela 4ª rodada da Taça Guanabara, em Brasília às 21h45 (horário local). O Rubro-negro está na quinta posição com quatro pontos, fora da zona de classificação para as semifinais do Estadual, enquanto que o Cruz-Maltino é o líder da competição, com nove.
Fonte: GloboEsporte.com