Considerado por Johan Cruyff o melhor jogador com quem trabalhou, Romário prestou uma homenagem ao ídolo holandês, morto nesta quinta-feira, aos 68 anos. O Baixinho escreveu uma publicação em seu Facebook, lamentando o falecimento do ícone do futebol mundial, com quem trabalhou no começo da década de 1990 no Barcelona.
Romário afirmou que Cruyff foi o melhor treinador com quem trabalhou em toda a sua carreira, afirmando que os ensinamentos do holandês "serão eternos" em sua vida. O ex-atacante lembrou os tempos de Barça, afirmando que Cruyff concedia folgas mais longas para o brasileiro, que sofria pela distância de casa.
- Ele se foi precocemente, mas seu legado para o esporte fica. Hoje o futebol perde um de seus maiores ícones e eu perco um amigo - escreveu Romário.
No Barcelona, Cruyff sempre teve uma relação intensa com Romário, que foi eleito o melhor jogador do mundo no clube catalão, em 1994. Após trabalhar com o Baixinho entre 1993 e 1995, o holandês disse que o melhor jogador que treinou foi o brasileiro, exaltando o fato do atacante "marcar gols de todas as maneiras possíveis".
Em um episódio que acabou se tornando uma das grandes lendas da carreira de Romário, Cruyff teria autorizado o Baixinho a faltar dois dias de treino para curtir o Carnaval no Rio de Janeiro diante da exigência de marcar dois gols em uma partida. Romário teria cumprido a missão em 20 minutos, pedindo para sair de campo imediatamente.
- Ele me disse: 'Treinador, meu avião sai em menos de uma hora' - afirmou Cruyff em entrevista ao jornal "L'Équipe", em abril de 2012.
Confira o texto de Romário na íntegra:
"Acordamos com a triste notícia da morte do meu amigo holandês Johan Cruyff. Tive o privilégio de tê-lo como treinador quando joguei pelo Barcelona.
Ele foi, sem dúvida, o melhor treinador que tive, seus ensinamentos serão eternos na minha vida.
Costumo dizer que ele me desafiava muito como jogador e eu buscava ganhar sempre! Até porquê, seu objetivo era colher bons resultados para a equipe.
Ele sabia como poucos valorizar e explorar o que cada membro da sua equipe tinha de melhor e ele sabia que minha habilidade era fazer gols.
Ele também era uma pessoa justa. Lembro que eu sofria um pouco pela distância de casa. Naquela época, eu era o único jogador do Barcelona de fora da Europa. Ele, então, me concedia alguns dias a mais de folga para que eu pudesse descansar em casa.
Ele se foi precocemente, mas seu legado para o esporte fica. Hoje o futebol perde um de seus maiores ícones e eu perco um amigo.
Descanse em paz, mestre Cruyff.
Que Papai do Céu conforte a família."
Fonte: GloboEsporte.com