A maneira como Alan Kardec deixou o Vasco ainda chateia seu pai, de quem o atacante herdou o nome. Em 2009, a promessa de 20 anos foi emprestada ao Internacional, sem espaço na equipe que disputava a Série B. Sete temporadas depois, seu Alan vê o filho novamente em segundo plano, agora no São Paulo. A bronca atual é parecida e reaproxima o jogador do clube que o formou.
Sem iniciativa para renovar o empréstimo de Riascos, que acaba em maio, o Vasco procura um camisa 9. O nome de Alan agrada a todos na Colina, mas não passa de um sonho em ano de disputa de Segunda Divisão e austeridade financeira. Não há conversas, apesar do bom relacionamento entre o jogador e a atual diretoria. Segundo Alan pai, apenas a torcida vascaína poderia mudar esse quadro:
- Temos um carinho muito grande pelo Vasco, com certeza ele ainda quer voltar para o clube. Mas no momento isso não é viável. Mas eu tenho o sonho de ver a torcida do Vasco pedindo o retorno do Alan. Se isso um dia acontecer, tentaríamos fazer possível.
Mágoa de Dinamite
Pelo time de São Januário, o atacante marcou 24 gols em 93 jogos. Foi negociado nos tempos de Roberto Dinamite na presidência, a quem seu Alan acusa de ter abandonado as promessas que despontavam na época - como o volante Souza e o meia-atacante Alex Teixeira.
- Eurico Miranda sempre blindou os jogadores da base. Isso não aconteceu depois que ele saiu. Queríamos ter saído do Vasco de outra maneira - lamenta seu Alan.
Atualmente, as reclamações recaem sobre o São Paulo e sua torcida. Dos 11 jogos da equipe na temporada, Alan Kardec foi titular em quatro. Na soma dos três últimos, esteve em campo por 37 minutos. Atrás de Calleri na disputa por uma vaga no ataque, tem como principal defensor seu pai.
- Torço para que a situação dele se normalize o quanto antes, que ele possa jogar, e não entrar em campo faltando poucos minutos para a acabar o jogo. Espero que o atacante do São Paulo possa ser escalado independentemente da nacionalidade - diz, indicando que o argentino Calleri tem sido privilegiado pelo técnico Edgardo Bauza.
Contratado pelo São Paulo em 2014, o jogador não conseguiu ainda repetir a sequência de boas atuações que teve com o Palmeiras. O sentimento é de gratidão, pelo suporte que o clube do Morumbi deu ao jogador durante o período em que ele esteve de molho, por lesão. Ainda assim, ao comentar as críticas que seu filho tem recebido, Alan Kardec pai termina a conversa com uma constatação:
- Nós éramos felizes e não sabíamos.
Fonte: Extra Online (texto), Reprodução Internet (foto)