FFERJ não exige e Vasco, Fluminense e Botafogo não fazem controle antidoping nos jogos do Estadual

Segunda-feira, 07/03/2016 - 18:42
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O futebol é a modalidade mais atrasada em controle de doping no País. Às vésperas da Olimpíada no Brasil ainda há federações, como a Ferj, do Rio, que não exigem o controle em campeonatos organizados por ela. No Carioca deste ano, entre os grandes, somente o Flamengo tem feito os testes em seus jogos.

Fluminense, Botafogo e Vasco optaram por não fazer a checagem. Ano passado, o tricolor ainda fazia. Em seus jogos, o rubro-negro paga pelo teste em seus jogadores e nos jogadores adversários. Um gasto que varia entre R$ 5 mil a R$ 6,5 mil por jogo.

Uma modalidade competitiva como o futebol não pode estar deste tipo de controle, afirma o secretário-nacional da Associação Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Marco Aurélio Klein.

"Não acho saudável. Achamos que precisa ter e terá?", disse Klein.

Segundo ele, há conversas com a CBF para regularizar todo o controle de dopagem em âmbito nacional ainda este ano. Além da exigência para todos os campeonatos, haverá mudança nos procedimentos.

"Muitas vezes se improvisa lugares, sobretudo no futebol. Estamos criando padrões mínimos de necessidade, conforto, privacidade. É um momento importante na vida do atleta. É tenso, um momento que precisa ter privacidade e deve obedecer a regras", afirma Klein.

Uma checagem teste foi feita na Copa Futebol Júnior nos últimos dois anos. Nesta edição, todos os atletas que atuaram na fase mata-a-mata foram testados. Foram feitos cerca de 60 controles e todos deram negativo. Foi a primeira vez, em 40 anos, que a competição contou com anti-doping.

Coleta surpresa

A ideia da ABCD é que os jogadores de futebol sejam testados também em momentos fora da competição. Que sejam pegos de surpresa, durante os treinamentos.

"Precisa ter o controle inteligente. Hoje no mundo, busca-se qualidade no teste. Testes em competição e fora de competição que praticamente não existiam no Brasil, a partir do ano passado passou a ter"

Nos Estados Unidos, segundo o secretário 80% dos testes feitos são fora de competição. No Brasil, este tipo de coleta ainda representa 43%.

"São testes surpresa, sem marcação, nem aviso que temos feito em diversas modalidades", disse.

Cursos na Ferj

A falta de teste no campeonato Carioca poderia ser resolvida olhando para dentro de casa. É nas instalações da Federação, no Rio, que a ABCD está formando os técnicos que vão atuar no controle nos a Olimpíada.

"São oficiais de controle, oficiais de coleta. Já temos 80 profissionais certificados"

Questionada, a Federação do Rio limitou-se a informar que em seus campeonatos o controle é facultativo.

Fonte: Blog Gabriela Moreira - ESPN.com.br