Juninho e Leonardo começaram juntos no Sport. Em 1992, foram campeões pernambucanos de juniores. No mesmo ano, o atacante também conquistaria o seu primeiro título profissional pelo Leão, com apenas 18 anos. Repetiria o feito em 1994, dessa vez tendo o meia ao seu lado. No ano seguinte, ambos foram negociados juntos para o Vasco. Leonardo como o destaque, Juninho a contrapeso. A história, porém, inverteria esses papéis. Juninho viraria o "reizinho" de São Januário. Leonardo ficaria no Rio de Janeiro apenas seis meses. Retornaria anos depois para se consagrar pelo Leão. Nesta terça-feira, a história do maior campeão e terceiro maior artilheiro do clube pernambucano chegou ao fim aos 41 anos. Mesma idade do amigo Juninho, que lamentou a partida precoce do amigo.
"Nós éramos muito jovens e a gente queria vingar no futebol, se firmar entre os profissionais. Leonardo foi um atacante muito rápido, mas com uma diferença para outros jogadores com esse perfil, que normalmente não são muito inteligentes jogando. Leonardo era rápido e inteligente. Passava bem a bola, deixava os companheiros na cara do gol e com o tempo, foi ficando cada vez melhor como artilheiro. Não por acaso, se tornou o terceiro maior artilheiro da história do Sport. Um jogador muito liso, muito rápido pra mudar de direção e isso chamou a atenção de muita gente muito cedo", recordou Juninho, em entrevista ao Superesportes.
Sobre a ida para o Vasco, em 1995, Juninho reconheceu que as atenções estavam voltadas para Leonardo, que só não permaneceu no clube devido ao não cumprimento de um acordo com o Sport. "Leo tinha mais destaque. Era atacante. Tinha mais clubes interessados. Era artilheiro e decisivo. A gente tinha voltado de uma competição na seleção de novos (Torneio de Toulon), onde ele marcou quatro gols e foi o destaque. Descobri com o tempo, foi Eurico que falou, que o interesse da contratação era no Leonardo e que eu vinha como contrapeso. Foram seis meses apenas porque o Vasco não conseguiu cumprir o compromisso que tinha feito com o Sport. Leonardo seguiu para o Palmeiras e eu acabei ficando."
Analisando os caminhos distintos que ambos tomaram no futebol, Juninho acredita que a principal diferença com relação a carreira de Leonardo foi o tempo que cada um passou nos clubes. O que teria atrapalhado um maior brilho do atacante no âmbito nacional e até internacional. Além, da administração das carreiras fora de campo. "Não encontrávamos profissionais que nos colocassem no caminho certo. A gente sabe que a vida do futebol te oferece muita coisa. É muito difícil você ganhar dinheiro, tomar conta da carreira, se preocupar em jogar bem e aproveitar a vida. Porque você começa a ganhar dinheiro e quer aproveitar a vida porque a maioria é jovem. Leonardo teve muita dificuldade de se firmar e manter o foco que permitisse que ele jogasse futebol e levasse uma vida normal ao mesmo tempo", destacou.
"Acho que o grande erro do Leo foi ter trocado muito de clube. Você nunca tem aquela confiança de se estabelecer com os torcedores. Acho que a diferença entre eu e ele foi essa. Mas foi um jogador fantástico e a gente lamenta muito. Era muito jovem e tinha a vida inteira pela frente. Prefiro guardar que ele é o terceiro maior artilheiro da história do Sport e um dos maiores do futebol nordestino", lamentou o amigo Juninho Pernambucano.
Fonte: Superesportes