A CBF tem um ex-presidente preso, enquanto o atual, licenciado do cargo, não sai do país com medo de ser preso pelo FBI. Mas nem assim seus cartolas aprendem a lição: a indicação de Eurico Miranda para fazer parte do grupo que vai fiscalizar o Profut foi vista no meio político e do futebol como um gol contra.
— Só te falo uma coisa: é colocar o cabrito para tomar conta da horta — ironizou o senador Álvaro Dias (PVPR), que riu ao ser perguntado sobre o assunto.
Ele presidiu a CPI do Futebol, encerrada em 2001. Em sua conclusão, foi recomendado ao Ministério Público Federal o indiciamento de Eurico. A lista de crimes era extensa: apropriação indébita de recursos do Vasco, utilização da conta bancária de “laranjas”, omissão de gastos da campanha a deputado federal em 1998, sonegação nas declarações de renda entre 1996 e 2000, e obstrução dos trabalhos da comissão.
O Profut é o programa de refinanciamento das dívidas públicas dos clubes. Além de Eurico, a CBF indicou o presidente do Santos, Modesto Roma, e o diretor-jurídico do Atlético-MG, Lásaro Cândido. Já a Confederação Brasileira de Clubes sugeriu os mandatários de Flamengo (Eduardo Bandeira de Mello), Fluminense (Peter Siemsen) e Corinthians (Roberto de Andrade).
O ministro do Esporte, George Hilton, anunciará hoje dois destes para serem titular e suplente. A tendência é que o dirigente rubro-negro fique com o posto principal. Com isso, dificilmente outro carioca será escolhido.
Maiores opositores de Eurico no futebol carioca, Bandeira e Siemsen viram sua indicação e a de Modesto Roma como um deboche. Ainda assim, evitaram o confronto.
— São pessoas dentro do cenário nacional do futebol, presidentes de clube. Todos podem ser indicados e todos podem ser eleitos — limitouse a dizer o tricolor. Já o rubro-negro ironizou: — Se houve a indicação, é um sinal de que quem indicou considera estas as melhores pessoas para a função...
Fonte: Extra