Protagonistas do Clássico dos Milhões, Flamengo e Vasco tiveram de ajustar a grandeza de suas torcidas à realidade do Rio de Janeiro. Sem o Maracanã, os rivais escrevem neste domingo, às 17h, um novo capítulo de sua história. Como cenário, São Januário, a tradicional casa vascaína.
Na Colina, a tradicional sensação de neutralidade proporcionada pelo Maracanã é anulada. Com a maioria da torcida formada por cruz-maltinos, o caldeirão ferve para quem visita o estádio. Ídolo eterno do Flamengo, Júnior teve a oportunidade de jogar no estádio em 1992. E a experiência não foi das melhores: por uma tentativa de cabeçada no juiz Jorge Travassos, o Maestro foi expulso e ainda viu o Vasco levantar a taça do Estadual daquele ano.
— É a casa do Vasco, isso tem influência. Prova disso é que, em 1992, o árbitro não tomou algumas atitudes. O Jorge Luiz me deu uma cotovelada. Em outro estádio, o juiz teria dado a falta. Como não deu, reclamei. Então, o Travassos disse: “Cala a boca, seu merda”. Aí, tentei dar uma cabeçada nele e fui expulso — conta Júnior: — O Vasco e a torcida não tiveram nada a ver com isso, o árbitro é que deixou se influenciar pelo clima e pelos vascaínos, em maior número.
Clube que carrega consigo a fama de bom anfitrião, o Vasco receberá seu mais tradicional adversário pela 35ª vez na história. As lembranças são boas, com mais vitórias do que o rival (15 a dez). Maior artilheiro com a camisa cruz-maltina, Roberto Dinamite também faz parte deste duelo. Autor de 27 gols contra os rubro-negros, o ídolo vascaíno admite a vantagem e pede que a equipe dirigida pelo técnico Jorginho aproveite ao máximo o fator casa:
— É muito especial jogar na sua casa, no seu clube, no lugar que você sabe que é seu. O Maracanã é de todas as torcidas, mas São Januário é do Vasco. Ter a torcida ao lado é uma oportunidade única, tem de fazer prevalecer esta vantagem de jogar em casa — ensina Dinamite: — Tudo é uma vantagem, trata-se de um grande clássico. O torcedor vascaíno tem de mostrar mais do que nunca a sua força neste domingo.
Neste domingo, uma nova história será escrita pelos arquirrivais.
Fonte: Extra Online