Amigo, craque, conselheiro e até mesmo futuro presidente. Jorginho não mediu as palavras para falar de Romário no dia que o craque do tetra completa 50 anos. Sem muito a acrescentar a respeito da equipe que enfrentará o Madureira, domingo, às 17h (de Brasília), em São Januário, na estreia no Carioca - uma vez que tem abordado o tema desde Pinheiral e não fez mudanças -, o treinador do Vasco chamou a atenção em entrevista coletiva nesta sexta-feira pela relação estreita com o Baixinho, que o ajudou até mesmo na chegada à Colina.
Companheiro de Romário na campanha do tetracampeonato mundial, em 1994, nos Estados Unidos, e depois no próprio Vasco, onde foram campeões da Mercosul e o Brasileirão, em 2000, Jorginho falou da importância dos conselhos recebidos através de uma ligação para seu sucesso em São Januário. Na ocasião, após a demissão de Celso Roth, o atual senador ajudou a ligar as pontas e orientou o amigo na forma de agir nos bastidores:
- Houve uma ligação dele dando uns toques importantes. Ele conhece muito bem a casa. O Baixinho traçou algumas coisas assim: "Olha, vai por aqui, faz a sua". Então, me evitou muitos problemas (...) Não vou dizer que é meu padrinho, que me trouxe para cá, mas que com certeza me deu os toques necessários e importantes. Como joguei aqui, sabia como é o Vasco, trabalhei com essa diretoria, com o presidente. Sabia mais ou menos como me relacionar, mas claro que existem outras coisas importantes de ficar sabendo. Foi bom o Baixinho me dar esses toques. Ele conhece muito bem a casa.
Houve uma ligação dele dando uns toques importantes. Ele conhece muito bem a casa. O Baixinho traçou algumas coisas assim: "Olha, vai por aqui, faz a sua". Então, me evitou muitos problemas
Jorginho, sobre conselhos de Romário
Ao desejar felicidades a Romário por conta da data especial, Jorginho puxou o discurso para o lado político e foi ousado ao projetar eleições em esferas superiores:
- Feliz aniversário. Chegou aos 50 finalmente. Eu já passei, tenho 51. Que Deus o mantenha íntegro, principalmente na área que está. Sabemos como é a política do nosso país. Precisamos de pessoas íntegras, que não se deixam levar. Sei o quanto é destemido, fala o que quer, autêntico. Desejo muita saúde, sabedoria. Hoje, é senador, mas, como já falei um dia, quem sabe o verei como presidente do Brasil.
Falando de futebol, o treinador vascaíno projetou um Vasco ofensivo no Campeonato Carioca, mas evitou fazer promessas quanto a resultados. Ciente dos perigos do Madureira, que incomodou os grandes nos últimos anos, Jorginho preferiu adotar um discurso de respeito:
- O torcedor pode esperar uma equipe organizada, com muita luta, muita vontade. Trabalho para que seja um grande ano para o Vasco, que retorne à elite do futebol brasileiro. Prometer que vamos ganhar é difícil. Temos que ir para cima, mas sabemos que não é fácil dizer que vamos vencer. Respeitamos nossos adversários, mas o torcedor pode ter confiança que teremos um grande ano.
Depois de três semanas de pré-temporada, sendo duas no CT João Havelange, em Pinheiral, o Vasco realiza o último trabalho antes do pontapé inicial para 2016 neste sábado, em atividade fechada em São Januário.
Confira abaixo outros pontos da entrevista coletiva de Jorginho:
Pressão como campeão
Nossa responsabilidade é maior para manter o título aqui. É um campeonato charmoso, que a gente gosta de disputar e ganhar. Já perdi e ganhei como atleta. Agora, quero como treinador. Não é fácil. As equipes pequenas levam vantagem por começarem a treinar antes, chegam com um ritmo de jogo melhor. Temos que equiparar isso com empenho.
Estreia
O Madureira é sempre uma equipe muito bem montada e já pegamos logo de cara. Tivemos essa infelicidade. É um teste excelente e precisamos conquistar esses pontos que vão nos dar uma boa condição no campeonato.
Mudanças na equipe
O posicionamento permanece, apesar de termos variações. A equipe ocupa muito bem os espaços e ganhamos com isso. Estamos sem o Diguinho, mas temos o Marcelo, que está bem, o Gallo, que está muito bem, e toda as vezes que colocamos esses jogadores se saíram bem. Às vezes, o torcedor não entende o motivo do Julio dos Santos, se ficou no banco ano passado, mas é porque estávamos no olho do furação. Não tínhamos tempo de treinar e orientar o jogador. Ele caiu perfeitamente ali, tem muita criatividade, o passe muito bom e tem uma estatura ótima para essa função. Tem qualidade e sentido de marcação muito bom. Encaixou.
Avaliação dos jovens
Acho que o Vasco já mostrou o quanto São Januário é seguro. O Corinthians foi campeão aqui e muito bem tratado, não teve nenhum tipo de briga. Podemos receber qualquer clássico e isso é muito bom
Jorginho, sobre clássicos em São Januário
A expectativa é a melhor possível pelo nível do comprometimento deles em todo período. O Evander e o Índio foram muito bem, subiram, vão permanecer com a gente, e, se precisar, vão descer para fazer a preliminar. Não quer dizer que estão descendo para ficar. Vão descer para jogar e retornam na segunda-feira. Vejo o Matheus Índio e o Evander muito mais compromissados com a parte tática, não só com a bola. Estão entendendo nossa forma de jogar. O Índio não joga mais na base, é profissional
Clássicos em São Januário
Acho que o Vasco já mostrou o quanto São Januário é seguro. O Corinthians foi campeão aqui e muito bem tratado, não teve nenhum tipo de briga. Podemos receber qualquer clássico e isso é muito bom. Não é dos mais modernos, mas é o melhor estádio que temos (...) Desde que joguemos bem, façamos os resultados, vai se tornar uma grande arma. Pode ser um grande alçapão. Esse é nosso desejo. Mas precisamos jogar com qualidade e vencer.
Fonte: GloboEsporte.com