A seis dias do início do Campeonato Estadual, o presidente da Federação de Futebol do Rio, Rubens Lopes, escalou mais um nome para o time de adversários no qual já figuram Flamengo e Fluminense: o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, de quem esperava uma posição mais firme na queda de braço contra os afiliados rebeldes.
- O secretário-geral (Walter Feldman) deveria se ocupar com coisas inerentes à sua função em vez de se meter e dar palpite naquilo que não conhece. Deveria esquecer o tamborete do futebol e pensar na parte administrativa. Estaria fazendo um bem - criticou Rubens Lopes, que mantém firme a ameaça ir à Fifa caso Flamengo e Fluminense disputem a Liga Sul-Minas-Rio.
A autorização para que a dupla Fla-Flu jogue duas partidas da Liga é definitiva?
O que eu disse ao Gilvan de Pinho Tavares (presidente da Liga) é que autorizo um amistoso no dia 27, desde que os clubes se comprometam a não jogar nenhuma partida que coincida com meu campeonato. Existe também uma data livre no calendário, que é o sábado de carnaval (6 de fevereiro).
O senhor pode autorizar outros jogos mais para a frente?
Não tem chance. Isso poderia ter sido resolvido lá no início, mas vieram com aquela coisa de “fi-lo porque qui-lo”, querendo fazer sem dar satisfação. As coisas fugiram do meu poder monocrático.
Como avalia a atuação da CBF nessa questão?
O secretário-geral (Walter Feldman) deveria se ocupar com coisas inerentes à sua função em vez de se meter e dar palpite naquilo que não conhece. Deveria esquecer o tamborete do futebol e pensar na parte administrativa. Estaria fazendo um bem.
Esperava mais firmeza?
Esse imbróglio chegou a esse ponto por causa da CBF, que não formatou um caminho para que todos se entendessem. A partir do momento em que não se cumprir o que a legalidade manda, pode ser que tenhamos um problema.
Se entendi bem, o senhor teme que a falta de rigor da CBF possa encorajar a dupla Fla-Flu a disputar a Liga...
Se fizer isso, eu comunico à Fifa. “Quer casar comigo?” É simples: “Não” ou “sim”. Mas o Feldman é assim: “Pode ser que sim, vamos estudar”. E o tempo está passando. A CBF não pode violar seu estatuto. O que o congresso decidiu, a reunião de condomínio não muda. Essa Liga pode existir como sociedade civil, mas não existe desportivamente.
Sente-se sozinho na briga?
O Rio de Janeiro está contra isso. E, por falta de autorização nossa, Mato Grosso proibiu um jogo que o Fluminense queria levar para lá. Não sou contra que se faça em 2017 uma competição de interesse para todos. Tanto que até autorizei o Fluminense a disputar esses jogos aí (Florida Cup) — e, por falar nisso, eles ficaram em penúltimo lugar, né (risos)? Caramba... Para 2017, há critérios. Um deles é a disputa não se chocar com o Estadual.
Considera-se persona non grata para Fla e Flu?
Talvez, sim, mas somente para os presidentes dessas instituições que estão misturando suas mazelas pessoais com o institucional.
Pode garantir que não teremos jogos da Liga este ano?
Apenas posso assegurar que, se o estatuto for violado, terei que cumprir o que os órgãos superiores determinam: comunicação à Fifa.
A Liga esvaziou o Estadual?
Claro. Parece que algumas pessoas estão a serviço de São Paulo, que cada vez mais se distancia. Enquanto alguns cariocas depreciam seu produto, São Paulo renovou um contrato com a televisão por R$ 100 milhões a mais que a Federação do Rio. São R$ 60 milhões para o Rio e R$ 160 milhões para São Paulo.
O maior problema do Estadual do Rio será a falta do Maracanã e do Engenhão?
A pior coisa que poderia ter acontecido foi esse Consórcio. O estádio ficou três anos “parado” e voltou com voracidade financeira, elitizando o futebol, afastando o torcedor popular. Agora, fecham as portas, dizendo: “O estádio é meu”. Essa história de Novo Maracanã, com aquela obra faraônica, foi um desserviço ao futebol brasileiro.
Fonte: Blog Extracampo - Extra Online