Com situação financeira delicada e opções escassas de reforços no mercado, o Vasco sinalizou que em 2016 vai apostar nas categorias de base. O clube promoveu para a equipe profissional atletas como o goleiro Gabriel Félix, o zagueiro Kadu, o volante Andrey, os meias Matheus Índio, Matheus Pet e Evander e os atacantes Caio e Renato Kayser. Dentre esses, apenas Mateus Pet deve seguir na equipe principal que vai disputar o Campeonato Carioca, a Série B e a Copa do Brasil.
A equipe Sub-20 disputou a Copa SP no início de janeiro e foi eliminada na segunda fase pelo América-MG nos pênaltis(4 x 2), após empate de 1 x1 no tempo normal. O único título cruz-maltino, em 1992, contava com jogadores como Pimentel, Tinho, Alex Pinho, Leandro Ávila, Vítor, Valdir Bigode, Carlos Germano, Márcio, Edmundo e Jardel, base que também se consagrou nos profissionais, conquistando o tricampeonato estadual entre 1992 e 1994.
Capitão durante a conquista da Copa São Paulo de 1992, o ex-zagueiro Tinho foi o convidado do programa Caldeirão Vascaíno, veiculado pela Rádio Fluminense 540 AM. O ídolo vascaíno relembrou sua passagem vitoriosa pelo clube e destacou a habilidade que tinha de fazer gols de bola parada.
“Desde antes de vir para o Vasco da Gama, quando saí do Goytacaz, lá no Goytacaz eu já chutava muito forte, tinha esse dom e qualidade de bater na bola. No Vasco consegui fazer muitos gols de falta. A geração de 1992, que conquistou a única Copa São Paulo, foi uma geração vitoriosa, praticamente 90% daqueles jogadores chegaram à equipe de profissionais.”
O ex-camisa 3 revela o companheiro preferido na zaga durante o tempo em que foi jogador do Vasco e as principais conquistas.
“Eu me identificava muito com o Alex Pinho, tinha um entrosamento muito bom com ele nos juniors, talvez pela nossa acústica chegamos ao professional. Havia aquela ânsia de poder jogar bem nos juniors para que conseguíssemos realizer nosso sonho de jogar no professional. Nossa busca no futebol fez com que esse entrosamento viésse de maneira natural, os campeonatos e os títulos foram acontecendo, como a Taça BH de 91, o Carioca de 92, a Taça São Paulo de 92. Um completava o outro, a gente se conheceu pelo olhar.”
Após encerrar seu ciclo em São Januário em 1998, Tinho teve passagem por outros clubes e pelo mundo árabe. O ex-atleta recorda de sua trajetória fora do Vasco e valoriza a experiência que teve no exterior.
“Depois do fim do meu ciclo no Vasco da Gama, em 1998, rodei bastante em alguns clubes, como Santa Cruz, Sport-PE, Portuguesa-SP, Paysandú, também passei pelo mundo árabe, o Al Ahly, da Arábia Saudita. No mundo árabe, o calor era insuportável, eram 45 graus direto, mas foi uma experiência muito boa. Uma cultura completamente diferente, foi muito bom.”
Tinho também relembra um momento inusitado que viveu no Al Ahly, equipe da Arábia Saudita.
“Eu me lembro que no meu primeiro jogo na Arábia Saudita jogamos contra uma equipe teoricamente pequena e havíamos estipulado um prêmio, o bicho como se diz no futebol. Na minha estreia eu fiz gol de falta no jogo, foi 4 a 0 e após o jogo, no vestiário, o dono do time entrou e os jogadores começaram a dançar e cantar. A premiação era de x, acabou saindo por 4x.”
Mesmo aposentado do futebol, Tinho jamais esqueceu de suas raízes. O ídolo declara seu amor ao Gigante da Colina e destaca o trabalho que exerce em seu atual cargo, de coordenador da equipe de masters.
“O Vasco da Gama corre por minha veias, joguei por praticamente 10 anos entre professional e base, tinha muita vontade de entrar no Vasco da Gama, era uma segunda casa. Eu morei em São Januário, foram muitos e muitos anos, tenho muita alegria em participar e poder falar um pouco do que eu faço em relação ao Vasco da Gama. Estou em São Januário toda semana, hoje sou coordenador geral do master do Vasco da Gama, trabalho com ex-atletas do clube, e essa equipe roda o Brasil todo e leva o nome do Vasco da Gama, Representamos o Vasco da melhor forma possível, é muito legal poder ainda vestir a camisa do clube", encerrou.
Fonte: Supervasco