Jorginho falou, Martín Silva reiterou, virou público e notório: o Vasco está no mercado em busca de um atacante de área. Em um momento de especulações, diferentes nomes surgem a cada dia pelos lados de São Januário. E a diretoria cruz-maltina tem enfrentado um desafio para filtrar ao máximo as ofertas para reforçar o setor ofensivo. O processo é minucioso e passa por três etapas antes de uma negociação ter início para valer. Cuidados de quem sabe que não terá muita chance de errar.
O primeiro filtro está no Centro de Inteligência e Análise (CIA) do clube. Comandado pelo analista de desempenho Pedro Monteiro, o setor vasculha o mercado à procura de nomes que se adequem ao perfil traçado pela comissão técnica. Estes mesmos profissionais são responsáveis por analisar os jogadores oferecidos diariamente à diretoria.
Com auxílio de software e farto banco de dados, o CIA já identificou cerca de 300 nomes para o ataque. Obviamente, nem todos foram à frente. Existe a limitação financeira e a necessidade de aprovação por parte da comissão técnica, o segundo filtro. Ao alto escalão, chegam apenas os nomes considerados interessantes, para que se abra conversa. Quem está à frente das negociações é Eurico Brandão, o Euriquinho, filho do presidente, Eurico Miranda.
Gringos oferecidos
O atacante paraguaio Jorge Ortega é um exemplo disso. Foi oferecido ao clube, que entregou o nome à análise. Em um primeiro instante, o ex-jogador da Sportivo Luqueño não agradou e as conversas não tiveram prosseguimento. Ortega esteve próximo do Botafogo, mas um imbróglio judicial o afastou de General Severiano. O atleta assinou com dois empresários, o que dificultou a negociação. Agora, ele está no Rio de Janeiro e teve seus direitos econômicos comprados por Régis Marques, agente que busca colocá-lo num clube brasileiro.
O paraguaio, porém, está longe o único nome oferecido ao Vasco, que já descartou também Hernane Brocador, contratado pelo Bahia, e o chileno Gustavo Canales, da Universidad de Chiles, por considerá-los caros. O fato de a busca por um centroavante ter se tornado pública faz com que uma enxurrada de indicações chegue à diretoria a cada dia.
- Oferecem-me 50 jogadores por dia; 49 eu nem respondo o WhatsApp – confidenciou um dirigente.
Com histórico recente de investimento em estrangeiros e restrição financeira, o Vasco olha com carinho para o mercado sul-americano. Não por coincidência, são empresários ligados aos países vizinhos os que mais procuram os cruz-maltinos. Hélio dos Santos, por exemplo, representa o chileno Felipe Flores, que defende o Tijuana, do México, e fez contato. O clube, por outro lado, garante desconhecer o jogador. A verdade é que, até o momento, nenhum nome empolgou em São Januário.
Fonte: GloboEsporte.com