O Vasco inicia 2016 novamente com um discurso de reconstrução, como já havia sido em 2009 e 2014, depois de outros dois rebaixamentos para a Série B. Mas por trás dos fracassos em campo está um clube que, financeiramente falando, parou no tempo. Uma comparação com o Corinthians, atual campeão brasileiro, nos últimos nove anos, mostra porque ter de se levantar depois de uma queda tem sido tão recorrente em São Januário.
Os resultados que constam nos balanços patrimoniais dos dois clubes mostram que em 2005 a distância do Vasco para o Corinthians não era tão grande quanto a atual. A receita total dos cariocas foi de R$ 54,1 milhões, apenas R$ 2,1 milhões a menos que a dos paulistas.
Quase uma década depois, no último balanço publicado pelas diretorias, está uma das explicações para a supremacia de um e a decadência de outro: enquanto o Timão arrecadou R$ 258,2 milhões, um aumento de 358%, o Cruz-maltino somou R$ 129,1 milhões, uma evolução de 138%.
Com mais dinheiro à disposição, os clubes podem gastar mais. Especialmente no futebol, carro-chefe para a conquista de títulos, para o crescimento da torcida, para a atração de patrocínios, enfim, para a manter a roda girando a favor. Em 2005, as despesas vascaínas no futebol foram R$ 19,7 milhões, contra 11,5 milhões do Corinthians. Em 2014, o clube de São Januário gastou R$ 77, 4 milhões. Já os dirigentes do Parque São Jorge bancaram nada menos que R$ 238,4 milhões.
Para Amir Somoggi, consultor de marketing esportivo, o que explica a disparidade atual entre o Vasco e o Corinthians é as últimas administrações do clube carioca.
- Desde Eurico Miranda, passando pelo Roberto Dinamite e voltando ao Eurico, os dados financeiros do clube mostram receitas muito baixas e sem perspectivas de crescimento. Isso é muito pouco para um clube com o potencial do Vasco - frisou.
A consequência disso é vista em campo. De 2005 para cá, o Vasco soma três rebaixamentos e apenas dois títulos, a Copa do Brasil de 2011 e o Estadual do ano passado. Já o Corinthians também foi rebaixado, uma vez, em 2007. Em compensação, deu oito voltas olímpicas, entre elas, a de campeão mundial, de campeão da Libertadores e de dois Brasileiros, sem contar o título do ano passado.
- Todos devem saber que 2016, não só pela situação do país, mas pelo quadro ainda grave na área financeira do clube, será de preparação para uma estabilidade maior - explicou o presidente Eurico Miranda, em declaração publicada no site oficial do clube, na última terça-feira.
Fonte: Extra Online