Ao menos seis jogadores entre 17 e 20 anos participarão da pré-temporada do Vasco em Pinheiral (RJ), retomando um hábito que o clube havia deixado de lado na temporada passada: o aproveitamento dos talentos das categorias de base. Sem condição financeira de fazer grandes contratações para a Série B, a solução é investir em quem está doido para mostrar serviço. O atacante Renato Kayzer, de 19 anos, é o destaque desta nova leva — analisada abaixo por Sorato, ex-jogador e treinador da base vascaína entre 2012 e 2014.
— Esse primeiro ano deles no time de cima será de grande cobrança, é preciso passar tranquilidade — diz Sorato.
Não é a primeira vez que o Cruz-maltino aposta em meninos para tentar se reerguer. Revelações do clube já apareceram nesse contexto de vacas magras. Roberto Dinamite, maior ídolo vascaíno, é um exemplo. Quando surgiu, em 1971, o time vinha de apenas dois títulos conquistados em 15 anos. Alex Teixeira, hoje cotado para defender o poderoso Chelsea, da Inglaterra, estreou pelos profissionais em 2008, ano do primeiro rebaixamento, e deslanchou na equipe de cima no ano seguinte, na Série B.
Philippe Coutinho, hoje no Liverpool, também da Inglaterra, estreou no time principal no mesmo 2008. Jogou dez partidas na Segunda Divisão e foi utilizado como titular em 2010 até se transferir para a Inter de Milão. Recentemente, ele destacou numa entrevista na Inglaterra a importância da base vascaína para sua formação como jogador e pessoa.
— Lá era um excelente lugar para aprender. Os treinamentos eram bons, e há uma escola no local. Isso facilitou para que eu pudesse treinar, e continuei indo à escola por três anos — exaltou ele.
Os meninos que podem brilhar em 2016, na visão de sorato
Kayzer, atacante
“Sempre fez muitos gols, especialmente no juvenil. Finaliza muito bem, com as duas pernas, de cabeça... Mas tem que ter calma. Ele se mostrava ansioso, queria que as coisas acontecessem rapidamente. A gente conversava sobre isso”.
Gabriel Félix, goleiro
“Já treina entre os profissionais, ao lado de Martín Silva, Jordi, o que acrescentou muito. É uma liderança, tem personalidade e boa técnica. Sempre achei que é um goleiro para chegar ao time principal. Trabalhávamos muito a saída de gol, com mais intensidade, uso dos pés. Isso é uma tendência hoje em dia”.
Kadu, zagueiro
“É um zagueiro bastante técnico, o que compensa sua falta de velocidade. Trabalhamos muito o posicionamento, a colocação em campo”.
Mateus Pet, meia
“Não chegou a trabalhar diretamente comigo. Mas o acompanhei no juvenil, quando mostrava muita qualidade, técnica e personalidade. Preocupava por causa da parte física. Era um atleta um pouco franzino, mas sabíamos que ganharia massa. Foi feito um trabalho nesse sentido. É um garoto que ainda vai evoluir muito, tem potencial”.
Evander, meia
“Se continuar nesse ritmo, será um belíssimo jogador. Mas a expectativa que se coloca em cima dele é grande, tem que se ter mais calma. A qualidade que mostra, tanto técnica quanto fisicamente, ainda vai crescer. É bastante vertical, sempre fez muitos gols, tem uma precisão no chute impressionante”.
Andrey, volante
“Outro menino que é muito bom jogador. Meio de campo moderno, joga de área a área, tem boa dinâmica, bom passe, boa visão de jogo. Vem crescendo muito, evoluindo bastante. É preciso ter calma com ele, e vejo o Vasco fazendo isso, colocando aos poucos, com cuidado”.
Fonte: Extra Online